Itaú, Bradesco e Banco do Brasil também devem atuar com escrituração de CBios
O diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Miguel Ivan Lacerda, afirmou que o ministério está em conversas com instituições financeiras interessadas em atuar com a escrituração e comercialização de créditos de descarbonização (CBios), títulos ambientais criados pelo Renovabio.
“Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander são quatro dos bancos com quem a gente já estruturou a financeirização do CBio”, assegura. Ainda de acordo com ele, o Santander – que já fechou seus primeiros contratos no mês passado – já pré-agendou a escrituração de títulos.
As declarações foram dadas durante um webinar transmitido pela consultoria Datagro na última quinta-feira (2). Na mesma ocasião, ele relatou que o processo de registro dos títulos também deve começar em breve. “A gente acabou de receber um e-mail da B3, falando que está tudo pronto”, conta.
Para poder ser comercializado, o crédito precisa passar por uma série de etapas, iniciando com a certificação das usinas produtoras de biocombustíveis junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na sequência, as usinas devem cadastrar suas notas fiscais de venda na Plataforma CBio e emitir os chamados pré-CBios. Esses títulos, então, serão escriturados por uma instituição financeira e registrados na B3. Só a partir daí eles estarão disponíveis para venda.
“A financeirização do CBio tem um impacto muito grande”, relata Lacerda, que complementa: “Uma vez que eu posso vender esse crédito fora da parte obrigada [ou seja, um investidor que não representa uma distribuidora], eu tenho um ingresso de recursos que vem externamente para o mercado de combustíveis. Nesse caso, a pessoa que vende o etanol a R$ 1,80 [por litro] vai poder vender ele mais barato porque ele já está recebendo parte do crédito pelo serviço ambiental”.
Renata Bossle – BiodieselBR.com