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Política

Prates tem sinal verde do compliance e deve assumir Petrobras na 5ª


CNN Brasil - 25 jan 2023 - 09:21

Depois de ter o aval do departamento de compliance, o senador Jean Paul Prates deve assumir o comando da Petrobras nesta quinta-feira (26). A informação foi confirmada por fontes da estatal à CNN.

A indicação do senador pelo PT do Rio Grande do Norte havia sido oficializado no dia 12 de janeiro. De lá pra cá, a equipe da área de Governança e Conformidade se debruçou sobre o currículo e as ligações políticas e empresariais do potencial futuro executivo, mas não encontraram nada que pudesse vetar o nome ao cargo.

A reunião do Conselho de Administração da Petrobras já havia sido marcada no início do mês e será realizada nesta quinta-feira às 9h da manhã. É provável que, ao ter o nome aprovado, Prates já tenha a posse no mesmo dia, no fim da tarde, ou logo no dia seguinte.

Integrantes do colegiado ouvidos pela CNN estão divididos sobre a possibilidade de a reunião despertar algum tipo de resistência ao nome do senador, mas, ainda que desperte, não devem ser um impeditivo para que o senador seja o eleito.

Inicialmente ele terá de ser eleito pra compor o Conselho, na vaga deixada por Caio Mário Paes de Andrade, que assumiu um cargo no governo de São Paulo. Depois, é convidado para participar da reunião, e tem seu nome votado para ocupar a presidência.

Questionado pela CNN, Jean Paul Prates não quis comentar o assunto pois não está oficialmente ainda na gestão da empresa.

Ele assumirá a Petrobras logo depois de entrar em vigência um novo aumento no preço da gasolina, com o litro 23 centavos mais caro. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (24) e passa a valer na quarta (25).

O óleo diesel, no entanto, continua 7% mais barato nos polos da Petrobras do que o valor de importação segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Na semana passada a refinaria privada da Acelen, que fica em Aratu (BA), já tinha decidido aumentar o litro do diesel em 48 centavos, um indicativo de que o movimento pode ser seguido pela Petrobras.

Prates propõe uma gestão sem sobressaltos, com previsibilidade mas uma mudança de estratégia e conduta. Ele defende a criação de um fundo de estabilização do preço dos combustíveis no âmbito do Ministério de Minas e Energia e promete suspender a venda de refinarias para refazer os estudos que basearam essa decisão estratégica da companhia.

Há grande expectativa no mercado sobre a possibilidade de mudança na distribuição dos dividendos da petrolífera. Hoje os acionistas ficam com uma boa fatia do lucro da Petrobras e têm pagamentos periódicos dos valores. A política é questionada por dirigentes do PT, como a presidente Gleisi Hoffman, e pode entrar no radar de Prates.

Ainda que assuma a Petrobras nesta quinta, o senador não poderá fazer grandes mudanças de bate-pronto. É que a maior parte das decisões estratégicas da empresa são tomadas com anuência do Conselho de Administração, que hoje conta com cinco remanescentes do governo Bolsonaro, uma representante dos trabalhadores e quatro membros indicados e eleitos por outros acionistas.

Até mesmo para mudar diretores é necessário o aval do Conselho. O board da empresa tem hoje oito diretores em seu quadro, boa parte deles fez carreira dentro da estatal ou na área de petróleo e gás.

A mudança no alto escalão é o primeiro passo para mexer na política de precificação dos combustíveis. Prates defende que seja respeitada uma paridade internacional e não de importação, o que pode tornar mais subjetiva a regra de variação do preço.

Apesar de ter inaugurado um portal de transparência, a Petrobras não revela os métodos utilizados para subir ou baixar o valor que cobra das distribuidoras por gasolina, diesel, querosene e asfalto, por exemplo. Embora a regra seja ajustar os preços ao que cobram os importadores, os executivos não apontam quais as referências e os gatilhos usados para essas mudanças.

Pedro Duran – CNN