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Motores

Anfavea prevê que 90% dos caminhões e ônibus do Brasil serão a diesel em 2035


Diário do Transporte - 11 ago 2021 - 11:13

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prevê que, em 2035, 90% dos caminhões e ônibus do Brasil serão a diesel. A previsão foi divulgada nesta terça-feira, 10 de agosto de 2021, durante o evento “O Caminho da Descarbonização do Setor Automotivo”, com o objetivo de avaliar os cenários para o futuro da motorização veicular, considerando a realidade brasileira e incluindo os resultados do estudo feito pelo Boston Consulting Group.

Segundo a associação, mesmo no cenário de convergência global, com quase 2,5 milhões veículos eletrificados vendidos em 2035, a renovação natural da frota será muito lenta. A frota circulante de leves ainda terá quase 80% de motores flex (gasolina/etanol), enquanto praticamente 90% dos caminhões e ônibus nas ruas continuarão consumindo diesel.

“Logo, a demanda por etanol e álcool anidro (presente em 27% na gasolina) exigirá altos investimentos da indústria sucroalcooleira, algo em torno de R$ 50 bilhões em 15 anos. O mesmo raciocínio vale para os produtores de diesel e biodiesel. Além disso, serão necessários investimentos significativos e mandatórios na produção de HVO (diesel de origem vegetal) para a frota circulante”, detalhou a Anfavea, em nota.

De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o tema ficou ainda mais relevante com a divulgação do relatório IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), pela ONU, com a estimativa de que o limite de +1,5° C de aquecimento global em relação à era pré-industrial será alcançado em 2030, dez anos antes do previsto.

“A Anfavea lidera esse debate fundamental e inadiável, pois a indústria automotiva precisa saber como direcionar seus investimentos para as próximas gerações de veículos e para inserir o Brasil nas estratégias globais de motorização com foco total na descarbonização”, afirmou Moraes.

“Enfrentar as mudanças climáticas é o maior desafio da nossa geração. Na indústria automotiva, tecnologias de eletrificação e maior uso de combustíveis sustentáveis já se mostram um caminho sem volta. As empresas precisam se preparar para o desafio e mirar as novas oportunidades, investindo em produção, infraestrutura, distribuição, novos modelos de mobilidade e serviços, além da capacitação dos seus profissionais”, disse Masao Ukon, sócio sênior do BCG Brasil e líder do setor Automotivo na América do Sul.

Em nota, a Anfavea pontua que, mesmo no cenário mais acelerado de convergência global, com uma quantidade de quase 2,5 milhões de veículos eletrificados vendidos por ano já em 2035, a contribuição para a redução de emissões de CO2 será bastante limitada.

“É impossível tentar resolver o problema contando apenas com os veículos novos que serão vendidos a cada ano. A única saída é implantar políticas eficientes que promovam a rápida retirada da frota velha das ruas. Políticas de Inspeção Veicular e de Renovação da Frota, previstas em lei desde a criação do Proconve em 1986, até hoje não saíram do papel.”

Confira a apresentação, na íntegra:

Jessica Marques – Diário do Transporte