Petróleo recua após rali recente e de olho em PMIs fracos na Europa e na China
O petróleo devolveu parte dos ganhos acumulados no rali recente, que elevou os preços da commodity energética aos maiores patamares dos últimos três meses, e fechou em queda nesta terça-feira (1º). Além do movimento de ajuste, o recuo acontece diante de uma sessão de baixo apetite por risco, após índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) fracos na Europa e na China.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para setembro recuou 0,53%, a US$ 81,37. Já o barril do Brent, a referência global, para o mês seguinte cedeu 0,61%, a US$ 84,91.
Para o analista Robbie Fraser, da Schneider Electric, a fraqueza de hoje pode estar relacionada também à alta do dólar, em meio ao bom desempenho da economia dos EUA, em comparação com seus pares. “No entanto, o quadro geral ainda é definido pela percepção de déficit da oferta global de petróleo, liderada pela força da demanda e cortes de produção da Rússia e Arábia Saudita”, diz ele.
No panorama macroeconômico, leituras ruins dos PMIs industriais da zona do euro e China pesaram sobre o sentimento por risco hoje. Segundo dados divulgados ontem à noite, o PMI industrial chinês voltou a território de contração, abaixo de 50 pontos, pela primeira vez desde abril, ao cair para 49,5 pontos em julho.
Já, na zona do euro, a queda foi ainda pior. O PMI industrial do bloco tombou para 42,7 pontos no mês passado, puxado pela queda a 38,8 pontos no indicador específico da Alemanha. Nesses níveis, ambos os dados bateram as mínimas desde maio de 2020, um dos períodos mais agudos da crise da covid-19.
Os EUA, por sua vez, registraram uma alta do PMI industrial a 49,5 pontos, segundo a leitura da S&P Global. O dado medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) avançou a 46,4 pontos, por sua vez. Apesar da alta, os números ainda indicam contração da atividade na indústria americana.
Gabriel Caldeira – Valor Econômico