PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Notícias

Petróleo despenca mais de 5% sob temores de crise na economia dos EUA


Valor Econômico - 03 mai 2023 - 09:15

O petróleo terminou a sessão de hoje em queda expressiva de 5% e teve seu pior desempenho diário desde 4 de janeiro. Os preços dos contratos futuros se deterioraram junto com outros ativos em Nova York, após investidores renovarem seus temores acerca da saúde do setor bancário americano e da atividade econômica dos EUA.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para junho tombou 5,29%, a US$ 71,66. Já o barril do Brent - referência global - para julho despencou 5,03%, a US$ 75,32.

Às vésperas das decisões de juros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) e Banco Central Europeu (BCE), investidores voltaram a se preocupar com a possibilidade de que a crise bancária nos EUA enfraqueça a economia americana mais do que o esperado no curto prazo. O catalisador para a piora do humor foi o fechamento - e posterior compra pelo J.P. Morgan - do First Republic Bank.

A aversão generalizada ao risco afetou especialmente o petróleo, cuja perspectiva da demanda global no futuro próximo já é frágil.

“O petróleo basicamente tem perspectivas de enfraquecimento das duas maiores economias do mundo, China e EUA, e se o cenário macroeconômico se deteriorar, o impulso de venda pode facilmente levar os preços abaixo do nível de US$ 70”, alerta o analista-sênior de mercados da Oanda, Edward Moya.

Além do cenário macroeconômico, gigantes do setor de energia alertaram investidores sobre uma provável queda da demanda no restante do ano. A BP, por exemplo, divulgou números do primeiro trimestre que superaram a expectativa do mercado, mas comentários pessimistas do CFO Murray Auchincloss, durante conferência com investidores, chamou a atenção do mercado.

Agora, o foco ficará sobre a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed, que deve terminar amanhã com uma alta de 0,25 ponto percentual dos juros.

“O aumento esperado dos juros foi um fator no recuo do preço do petróleo na semana passada, já que o mercado precificou um dólar mais forte e sua pressão negativa sobre a commodity", escreve a analista Louise Dickson, da Rystad Energy. Uma comunicação do BC americano que dê a entender que os juros permanecerão elevados por mais tempo nos EUA deve pressionar ainda mais o petróleo, conclui.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico