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EUA mais que dobraram subsídios para indústria de combustíveis fósseis desde 2017


ClimaInfo - 12 set 2025 - 10:12

Um relatório da Oil Change International (OCI) revela a impressionante abrangência dos subsídios do governo dos Estados Unidos para a produção de combustíveis fósseis no país. Segundo a organização, os montantes de recursos públicos gastos com a indústria de petróleo, gás fóssil e carvão mais do que dobraram em oito anos.

Segundo o documento “Pagando pelo Caos Climático: Subsídios Federais dos EUA à Produção de Combustíveis Fósseis”, o governo federal dos EUA atualmente repassa ao setor de combustíveis fósseis cerca de US$ 34,8 bilhões anuais, enriquecendo ainda mais CEOs, acionistas e investidores das grandes empresas de petróleo e gás, destaca a OCI. Em 2017, a entidade estimou esses subsídios em US$ 14,7 bilhões, informam Bloomberg, Guardian e Wired.

A mais recente benção aos combustíveis fósseis foi o “One Big Beautiful Bill”, aprovado pelos republicanos e sancionado pelo presidente Donald Trump em julho. Ele gerou US$ 4 bilhões em novas recompensas anuais para a indústria, segundo a OCI, ou US$ 40 bilhões nos próximos 10 anos.

“Esses subsídios permitem uma nova produção que não ocorreria de outra forma”, disse Collin Rees, gerente de programas da OCI nos EUA e principal autor da análise. “Eles também, em grande medida, contribuem para o enriquecimento de acionistas, investidores e executivos do setor de combustíveis fósseis”, completou.

A organização ressalta que o valor é uma estimativa conservadora e provavelmente é muito maior. O número exclui dezenas de bilhões de dólares em subsídios estaduais, municipais e de condados anuais para a produção de combustíveis fósseis, bem como o apoio federal na forma de financiamento público, gastos militares para proteger o fornecimento ou os mercados de combustíveis fósseis, ou os custos ambientais e de saúde da poluição causada pela queima de petróleo, gás e carvão, a principal causa das mudanças climáticas.

A OCI ainda frisou que muitos subsídios já identificados devem disparar na próxima década e além. Isso se deve à recente introdução de novos incentivos para captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS). A esmagadora maioria do carbono capturado, por exemplo, é usada para aumentar a produção de petróleo que de outra forma seria inacessível, processo conhecido como “recuperação aprimorada de petróleo”.

No Brasil, a Petrobras tenta vender essa técnica como “transição energética justa”, por injetar carbono em reservatórios para (…) produzir mais petróleo e gás fóssil, que, quando utilizados, jogarão ainda mais carbono na atmosfera.