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Cidades

Empresas de ônibus sentem golpe do coronavírus


BiodieselBR.com - 27 mar 2020 - 17:19

O surto do coronavírus está castigando de forma particularmente dura as empresas que operam os sistemas de transportes públicos. Com as maiores cidades adotando políticas de quarentena que restringem a movimentação de pessoas, o número de passageiros despencou a ponto das entidades que representam as empresas de ônibus já falarem em colapso.

De acordo com a associação que representa as operadoras do sistema de transportes na cidade do Rio de Janeiro – a RioÔnibus – o sistema pode parar completamente ainda hoje caso não receba socorro imediato do poder público. “As empresas já não têm mais como arcar com seus compromissos básicos, como compra de óleo diesel e o pagamento da folha salarial”, afirmou o presidente da entidade, Claudio Callak, em vídeo publicado na internet.


{viewonly=registered,special}O surto do coronavírus está castigando de forma particularmente dura as empresas que operam os sistemas de transportes públicos. Com as maiores cidades adotando políticas de quarentena que restringem a movimentação de pessoas, o número de passageiros despencou a ponto das entidades que representam as empresas de ônibus já falarem em colapso.

De acordo com a associação que representa as operadoras do sistema de transportes na cidade do Rio de Janeiro – a RioÔnibus – o sistema pode parar completamente ainda hoje caso não receba socorro imediato do poder público. “As empresas já não têm mais como arcar com seus compromissos básicos, como compra de óleo diesel e o pagamento da folha salarial”, afirmou o presidente da entidade, Claudio Callak, em vídeo publicado na internet.

Nas contas da entidade, na última terça-feira (24) o movimento de passageiros no Rio teve queda de 72,6%. Os dados mais recentes da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, os 8.500 ônibus urbanos que circulam pela cidade transportam entre 90 milhões e 100 milhões de passageiros por mês no ano de 2018.

As representações dos trabalhadores rodoviários vêm engrossando o coro por socorro imediato. Em ofício enviado ontem (26) à Prefeitura do Rio, o Sindicato dos Rodoviários solicitou a formação de uma mesa de negociação para resolver o impasse e evitar o colapso do sistema.

Segundo o sindicato, dois dos cinco consórcios de empresas que operam as linhas na cidade – o Internorte e o Intersul – já informaram que “não vão conseguir honrar os salários dos motoristas e demais profissionais que fazem circular a frota de ônibus do município”.

Tarifa

Empresas e prefeitura vinham travando uma queda de braço em torno do preço da tarifa na capital fluminense. Hoje a tarifa está em R$ 4,05. As operadoras cobram que o preço seja reajusta para R$ 4,25. “Neste momento, não há como conceder qualquer reajuste da tarifa dos ônibus municipais. A questão está na Justiça e uma audiência deverá ser feita, em breve, para discutir o assunto”, diz a nota da Secretaria de Transportes.

A nota também informa que o governo municipal está em busca de apoio do governo federal “para custear a operação mínima do sistema de ônibus da cidade, enquanto as medidas de prevenção ao coronavírus continuarem em vigor”.

Segundo o secretário de Transportes da cidade, Paulo Amêndoa, já foram tomadas medidas para reduzir os custos das empresas como a suspensão da gratuidade escolar durante o período em que as escolas estiveram fechadas por conta a epidemia. O subsídio direto, contudo, seria possível sem ajuda federal.

Belo Horizonte e Porto Alegre

A situação também não é nada confortável em outras capitais.

Em Belo Horizonte (MG), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) estuda cortar a circulação de coletivos no período noturno. "O sistema está em um momento muito crítico (...) e ainda estamos atendendo a determinação do prefeito de máximo de passageiro sentado", declarou o presidente da entidade Joel Paschoalin que também cobrou uma posição imediata da prefeitura.

Na capital mineira, a demanda por transporte recuou cerca de 75%. Para manter as contas equilibradas, já houve uma redução de 22% no número de carros. "Tem que trazer recurso de fora porque a arrecadação da roleta, de maneira alguma, é suficiente para manter as operações da empresa. A situação está ficando cada dia mais crítica", prosseguiu Paschoalin.

Para evitar aglomeração de passageiros dentro dos carros, a prefeitura belo-horizontina tem cobrado que o intervalo entre os coletivos seja de, no máximo, 30 minutos e determinou que fossem reforçadas linhas em algumas áreas da cidade.

Relatos da imprensa local informam que as empresas vêm descumprindo a determinação e circulado com veículos lotados nos horários de pico.

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) também reclama que a queda na arrecadação de suas filiadas nos últimos 10 dias – quando políticas de isolamento social foram implementadas – chega a 80%.
“Estamos com 65% da frota na rua. No entanto, mesmo nos horários de pico, não tem quase ninguém dentro dos coletivos”, relata Alceu Machado, assessor jurídico do sindicato patronal.

A entidade afirma que a prefeitura já foi informada da situação e, como em outras cidades, pede que o executivo forneça algum subsídio para ajudar no pagamento de parte dos salários. No entanto, a Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) reforça que, até o momento, não recebeu nenhum ofício do Seopa a respeito do assunto.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações Agência Brasil, Estado de Minas, Hoje em Dia, O Globo, Veja Rio e Zero Hora