Soja em Chicago fecha no maior patamar desde julho
O mercado da soja fechou esta segunda-feira (30) com altas entre 18 e 23 pontos, com novembro/19 a US$ 9,06 e março/20 a US$ 9,30. As altas são um reflexo do relatório de estoques trimestrais do USDA, que apresentou um total de 24,8 milhões de toneladas, número 7% abaixo que o esperado pelo mercado. Segundo Marcos Araújo, analista da Agrinvest, a redução terá um grande impacto nos estoques finais para os próximos anos nos Estados Unidos.
O analista explicou que, apesar de ser um dos maiores da história americana, os estoques apresentados no relatório terão impacto na oferta das próximas safras. Para o final do ano financeiro 19/20, que nos EUA se encerra em agosto, ele estima que os estoques fiquem em 15 milhões de toneladas. Nessa mesma tendência, os estoques finais para o ano comercial 20/21 ficaria em torno de 4 milhões de toneladas.
A menor oferta de soja será um reflexo de uma possível migração do produtor rural americano, que deve dar preferência para o plantio do milho na próxima safra. Dependendo de como for o avanço da safra de soja brasileiro, o cenário de oferta mundial da oleaginosa poderá se agravar. "Estamos vivendo uma transição, aonde o mercado trabalhará com estoques mais apertados", diz Araújo.
Para o milho, em função de uma oferta reduzida, o analista prevê bons preços nos primeiros meses de 2020. Porém, com o aumento previsto para as áreas de plantio nos Estados Unidos, o produtor rural brasileiro poderá ter dificuldade em conseguir bons patamares de preço no segundo semestre.