Preço da soja sobe e volta a ficar acima dos US$ 12 em Chicago
A soja subiu na bolsa de Chicago e voltou a ser negociada acima dos US$ 12 o bushel, enquanto agentes de mercado esperam por dados sobre a safra dos EUA. Nesta segunda-feira (25/3), os contratos para maio terminaram a sessão cotados a US$ 12,0925 o bushel, alta de 1,40%.
“Os investidores estão tentando entender qual será o rumo das cotações, mas para isso precisam saber a dimensão da oferta, e ainda qual é o momento atual de demanda, já que a procura chinesa por soja existe, mas está menor do que se esperava”, diz Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios.
Pereira acrescenta que a soja em Chicago ainda precisará de mais elementos para ver os preços mudarem de patamar, uma vez que há imprecisões sobre o tamanho da safra no Brasil.
Os dados de plantio da safra americana em 2024/25, que serão divulgados pelo Departamento de Agricultura do país na próxima quinta-feira, podem ter um peso mínimo para as cotações na bolsa, de acordo com o analista.
O site especializado Farm Futures prevê que o plantio de soja nos EUA acontecerá em 34,80 milhões de hectares, abaixo dos 35,41 milhões projetados pelo USDA em fevereiro durante a primeira estimativa para a próxima temporada. No ciclo 2023/24, os americanos semearam 33,83 milhões de hectares com a oleaginosa.
Milho cai em Chicago
O preço do milho caiu na bolsa de Chicago.Os contratos com entrega para maio fecharam a sessão em queda de 0,34%, a US$ 4,3775 o bushel.
Ainda que muitos deem como certa uma redução da área plantada de milho nos EUA em 2024/24, Matheus Pereira, da Pátria Agronegócios, diz que o quadro da semeadura pode não ser tão desfavorável.
“O mercado ainda está dividido sobre qual será o tamanho da área destinada ao milho. Grande parte dos produtores deve optar pelo cereal em detrimento da soja, mesmo com a queda nos preços, pois o milho tem um grande apelo no consumo interno”, destaca.
O site Farm Futures espera que o USDA aponte uma área de 37,39 milhões de hectares, número que ficaria acima dos 36,83 milhões de hectares previstos pelo órgão em fevereiro. Em 2023/24, o plantio de milho nos EUA abrangeu 38,28 milhões de hectares.
Trigo volta a subir
Após acumular alta de 4% na última semana, o trigo voltou a subir em Chicago. Os contratos para maio fecharam em alta de 0,04%, a US$ 5,55 o bushel.
“Entre os motivos da tendência de alta, destaca-se a intensificação dos ataques russos a pontos estratégicos da Ucrânia, como Odessa, principal centro portuário de onde sai a produção agrícola”, destaca a consultoria Granar, em relatório.
O último fim de semana foi marcado pelo aumento da tensão e dos combates em áreas portuárias russas e ucranianas, cenário que deixa investidores apreensivos em relação à disponibilidade do cereal que sai do Mar Negro.
Olhando para os fundamentos de oferta de demanda, pouca coisa deve mudar no curto prazo para dar um novo direcionamento às cotações, a menos que novas projeções para o plantio da safra americana 2024/25 tragam alguma surpresa para os agentes de mercado.
De acordo com a Granar, a média das estimativas de mercado espera que o Departamento de Agricultura dos EUA indique uma área semeada de trigo no país com 19,14 milhões de hectares. Em fevereiro, a previsão do USDA indicava 19,02 milhões, número que ainda é inferior aos 20,07 milhões plantados na campanha 2023/24.
Paulo Santos – Globo Rural