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Soja

Demanda forte por grãos e óleo ajuda cotação da soja encerrar mais uma sessão em alta em Chicago


Notícias Agrícolas - 21 jul 2020 - 11:03

A segunda-feira (20) contabilizou mais uma sessão de alta para os preços da soja na Bolsa de Chicago, que voltaram a atuar na casa dos US$ 9,00 por bushel. A semana começa com força e mais uma vez focado na demanda, não só pelo próprio grão, mas também por óleos vegetais.

"A China comprou mais de 30 barcos de soja na última semana, dobrou o volume que vinha comprando nas últimas semanas, e os embarques mais curtos são nos EUA, quando o Brasil já não tem mais soja. Mas há boa demanda pro Brasil da safra nova", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

Um novo anúncio de venda de soja dos EUA para a China nesta segunda-feira (20) foi feito pelo USDA. Foram 132 mil toneladas da safra 2020/21 e, como sempre, todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem ser informadas ao departamento norte-americano.

Do mesmo modo, o analista afirma ainda que há também uma recuperação que vem sendo acompanhada na demanda por óleos vegetais, principalmente, com a retomada de alguns setores da economia, em especial o de alimentação. Mais do que isso, a oferta de óleo de palma mais ajustada contribui para este movimento, que deixa o derivado de soja mais competitivo.

Assim, os contratos terminaram o pregão com altas de 4,50 a 5 pontos nos principais contratos, com o agosto valendo US$ 9,03 e o novembro, US$ 9,00 por bushel.

Na outra ponta, condições melhores de clima nos EUA, que favorecem o desenvolvimento das lavouras no Corn Belt, ainda limitam o avanço das cotações na CBOT, com o clima ainda influenciando o mercado, explica Vanin.

Preços no Brasil

As cotações começaram a semana subindo também no Brasil, apesar da baixa do dólar. A oferta muito escassa segue como suporte aos preços da oleaginosa no mercado nacional, bem como a demanda ainda bastante forte. E como explica o analista da Agrinvest, os prêmios também sobem forte, principalmente quando se trata da safra nova.

"Isso porque o produtor brasileiro já está muito vendido. Ele está com 40% ou um pouco mais de uma safra 130 milhões de toneladas - um pouco mais - já comprometido, e esse é um percentual bastante elevado, em outros anos algo entre 13% e 15%. Então, produtor não quer vender muito mais agora se o preço não melhorar de uma forma significativa", explica Vanin. "A demanda está vindo, a margem de esmagamento na China está muito boa, a soja importada está mais barata, e o produtor não quer vender. Então, prêmios em alta", completa.

Assim, o sojicultor brasileiro espera, para a soja da safra 2020/21, algo acima dos R$ 2,00 por saca acima dos atuais patamares para voltar às vendas, com o produto valendo, em Goiás, por exemplo, R$ 96,00, ou Mato Grosso, entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca, a depender da região de referência.

Aleksander Horta e Carla Mendes – Notícias Agrícolas