Datagro estima novo recorde nas exportações do complexo soja em 2023
Levantamento da Datagro Grãos indica expressivo volume geral do complexo soja a ser embarcado neste ano, com estimativa de 123,4 milhões de toneladas, 21,4% superior ao montante de 2022, quando foram exportadas 101,7 mi de t.
Esse total compreende 99,0 mi de t de soja em grão (+25,7%); 22,0 mi de t de farelo de soja (+8,1%); e 2,4 mi de t de óleo de soja (-7,6%).
Uma das causas para o significativo avanço no volume total de embarques do complexo soja é a confirmação de uma produção cheia em 2023, atualmente avaliada pela consultoria em 157,0 mi de t, 20% acima das 130,6 mi de t da prejudicada safra de 2022.
Tendo em vista o significativo montante destinado à exportação, a receita total a ser obtida nos embarques da oleaginosa e derivados está prevista em US$ 66,7 bilhões, alta de cerca de 10% ante o recorde de US$ 60,7 bi observado no ano passado.
Essa receita seria formada por US$ 52,5 bi decorrentes de vendas de soja em grão (+12,9%); US$ 11,6 bi da comercialização de farelo (+12,9%); e US$ 2,6 bi de óleo, o único com estimativa de recuo no valor a ser obtido (-32,9%).
“Essas projeções consideram preços médios mistos este ano, mas com predomínio de quedas”, observa Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos.
A atual projeção para a receita total das exportações brasileiras deste ano está em US$ 330,0 bi, 1,2% aquém do recorde de US$ 334,1 bi de 2022. Caso as estimativas se concretizem, o complexo soja contribuiria com 20,2%, proporção superior ao recorde de 18,2% do ano passado, bem acima dos 15,6% da média de participação dos últimos 10 anos.
Primeiras projeções para 2024
As primeiras previsões da Datagro Grãos para o ano que vem apontam avanço no volume, mas indicam redução da receita na comparação com 2023. “Isso por conta da expectativa de alguma retração nos preços FOB de exportação médios em todo o complexo no próximo ano”, explica França Junior.
As saídas do complexo soja estão projetadas em 128,4 mi de t, 4,1% a mais do que o previsto para este ano. Seriam 103,0 mi de t de soja (+4,0%); 23,0 mi de t de farelo (+4,5%) e 2,40 mi de t de óleo de soja (estável ante a previsão de 2023).
Em relação à receita, os números iniciais apontam para US$ 62,3 bi, o que representaria baixa de 6,7% ante o ano atual. Para a soja em grão, prevê-se US$ 49,4 bi (-5,8%); no caso do farelo, US$ 10,3 bi (-11,2%); no óleo, US$ 2,5 bi (-4,5%).
“Apesar dos ganhos nos volumes, temos a estimativa de limitação nos ganhos de receita por conta da previsão de preços médios um pouco menores”, diz França Junior.
Destaca-se a possibilidade de redução na participação das exportações do complexo soja nos embarques gerais do Brasil, de 20,2% em 2023 para 18,3% em 2024, mas, ainda assim, a segunda maior da história e superior à média dos últimos 10 anos, de 15,6%.