Produtor do RS é primeiro da América Latina a plantar tabaco energético

Um produtor gaúcho foi o primeiro da América Latina a plantar fumo para gerar energia. O objetivo é produzir biocombustível a partir de grãos que não são comestíveis. Nelson Tatsch afirma que o investimento é semelhante ao do tabaco convencional. No entanto, gasta muito menos em mão de obra.

“O produtor de tabaco vai usar insumos que ele já tem: a tecnologia, o conhecimento e também a estrutura para a produção de mudas. Ele já tem isso pronto, ele conhece essa cultura. O que diminui drasticamente é a mão de obra. A colheita de folha a folha não é necessária”, afirma Tatsch.

O projeto da joint venture formada pela empresa italiana Sunchem e pela gaúcha M&V Participações, com sede em Porto Alegre, prevê a geração de biodiesel da semente do fumo. A planta, desenvolvida e patenteada pela sócia europeia, é do tipo “solaris”, sem nicotina e inútil para a fabricação de cigarros, mas rica em óleo para biocombustíveis.

Segundo o produtor, o rendimento por hectare pode chegar a seis mil quilos, superando a cultura da soja. Também é interessante a quantidade de óleo extraída do tabaco energético. “A soja produz de 17% a 18% de óleo. O tabaco energético está gerando de 36% a 40% de óleo, um indicativo de que o resultado líquido será muito interessante”, diz o produtor.

Não há, ainda, produção em escala comercial. Países como Itália, África do Sul e Estados Unidos estão fazendo plantios experimentais, como o caso do gaúcho da localidade de Rincão Del Rey, em Rio Pardo.

Com adaptação BiodieselBR.com