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Máquina Biopeixe é lançada, mas viabilidade ainda é incerta


Fábio Rodrigues - 28 nov 2012 - 09:37 - Última atualização em: 28 nov 2012 - 17:57
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Na semana passada, a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) lançou oficialmente a “Máquina Biopeixe” num evento realizado em Fortaleza. O equipamento processa resíduos produzidos pelas atividades de pequenas comunidades pesqueiras – especialmente as vísceras – produzindo óleo de peixe. O plano inicial é aproveitar esse produto como matéria-prima na produção do biodiesel. A Petrobras Biocombustível já sinalizou interesse na tecnologia.

Segundo a assessoria de imprensa da Nutec, a máquina tem capacidade de produzir 25 litros por hora, mas, como ainda se trata de um protótipo, a expectativa é que a capacidade dobre em pouco tempo. 

Atualmente, o Ceará produz 30 mil toneladas de peixes em gaiolas por mês. Desse total, cerca de 3 mil toneladas são vísceras e, como o rendimento da máquina fica entre de 50% e 70%, a produção de óleo poderia alcançar 1,5 milhão de litros por mês no estado.

De acordo com dados divulgados esse ano pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, no Brasil a produção de pescado chega a 1,2 milhão de toneladas por ano. Usando o rendimento alegado pela Nutec, seria possível produzir até 60 milhões de litros de óleo de peixe.

Viabilidade incerta
O desenvolvimento da “Máquina de Biopeixe” custou R$ 226 mil reais, com financiamento do Banco do Nordeste do Brasil e do Governo do Estado do Ceará. Segundo assessoria da Nutec, o valor de venda unitário do equipamento dependerá do tamanho da demanda e dos incentivos tanto do governo, quanto da Petrobras, que pretende formular um contrato para aquisição de todo o óleo de peixe produzido no Ceará.

De acordo com a Nutec, ainda estão sendo estudados planos de logística para o uso da máquina em escala comercial. No Ceará, a princípio, o financiamento das máquinas pode ser garantido pelo Banco do Nordeste, a distribuição pela Secretaria da Pesca e Aquicultura e a compra o óleo pela Petrobrás.

No final de outubro a Petrobras Biocombustível firmou um memorando de entendimento com o Ministério da Pesca para ampliar o aproveitamento de resíduos de pescado na produção de biodiesel.

Também ainda não se tem estimativa do preço de venda do óleo fabricado.

Patrícia Herman – BiodieselBR.com