Óleo de algodão em alta: biodiesel impulsiona mercado em MT
O algodão de Mato Grosso, maior produtor do país, vai muito além da indústria têxtil. Cada parte da pluma tem destino certo e peso na economia do estado. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o caroço, usado na alimentação do gado, está mais barato, enquanto o óleo ganhou valor por ser cada vez mais procurado na produção de biodiesel.
Na última semana de agosto, o caroço de algodão foi cotado a R$ 905,27 por tonelada, segundo o Imea. O valor representa uma queda de 3,78% em relação à semana anterior e de 12,46% na comparação com o mês passado.
Segundo o Imea, o mercado do algodão em Mato Grosso apresentou movimentos distintos entre o caroço e o óleo.
O caroço foi cotado a R$ 905,27 por tonelada, com redução de 3,78% em relação à semana anterior e de 12,46% na comparação com o mês passado. A queda está relacionada ao avanço da colheita, que aumenta a oferta e pressiona os preços para baixo.
O óleo, por outro lado, registrou valorização de 1,10%, chegando a R$ 5.571,43 por tonelada. O boletim também apontou que a elevação foi impulsionada pela maior demanda das indústrias de biocombustíveis, que utilizam o insumo na produção de biodiesel.
Na prática, os efeitos se espalham por diferentes setores. Pecuaristas podem se beneficiar do caroço mais barato, reduzindo custos com ração. Já as usinas de biodiesel encontram no óleo de algodão uma alternativa estratégica para ampliar a matriz energética limpa do país.
Para o Imea, o cenário deve seguir nesse caminho, enquanto os preços do caroço tendem a cair conforme avança a colheita, o óleo deve continuar valorizado, sustentado pela demanda das indústrias de energia renovável.
Nathânia Ortega – Primeira Página