[CBBR 2021] Perspectivas para a soja em 2022
Já tem alguns anos, o Brasil superou os Estados Unidos e se consolidou no posto de maior produtor global de soja. Apesar da safra 2021/22 ainda estar bem no começo, as expectativas para a colheita do próximo ano têm girado numa faixa entre 142 e 144 milhões de toneladas; isso indica que – salvo no caso de uma quebra de produção –a oferta de matérias-primas não deve ser um gargalo para o setor de biodiesel no ano que vem.
As maiores incertezas têm vindo do lado da demanda. Com o mercado de biodiesel prestes a sofrer a maior guinada em toda sua história – com praticamente todos os fabricantes antevendo turbulências importantes – e muitas dúvidas a respeito do nível da mistura obrigatória, há um grau elevado de insegurança a respeito da capacidade do mercado interno de reter a quantidade necessária de soja para ser processada por aqui. Esse pode ser tornar um problema não apenas para o setor de biodiesel como para outros segmentos da economia brasileira.
Avaliar as perspectivas dos elos da cadeia que responsáveis por manter as usinas de biodiesel abastecidas de óleos e gorduras foi o tema do Painel 5 da Conferência BiodieselBR 2021 que trouxe depoimentos a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da StoneX.
“O biodiesel tem uma posição central no fomento à produção de alimentos no Brasil”, resume o economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral, lembrando que, ao garantir um destino para o óleo, a produção de biodiesel incentiva – como um efeito colateral – a oferta de farelo de soja no mercado interno. Base para a produção de rações, esse farelo acaba sendo um insumo fundamental para a produção de proteínas animais.