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Energia

EUA: Preço da gasolina muda hábitos de muitos, mas não de todos


New York Times - 09 ago 2006 - 17:10 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Proprietários de automóveis em todo os Estados Unidos se abraçaram na terça-feira para dar mais um beijo na bomba de gasolina enquanto o fechamento do gigante campo petrolífero de Prudhoe Bay, no Alasca, ecoava nos mercados de energia e mentes do consumidor.

Mas Justin Ogle estava calmo. Ele e sua mulher, Lauren, compraram uma casa nova há 2 meses, em parte para estarem perto dos trilhos de trem.

“O aumento dos preços da gasolina está nos forçando a sermos mais eficientes”, disse Ogle, 29, levantando os olhos do jornal enquanto seu trem chegava em Denver, onde ele trabalha como arquiteto.

Os americanos estão profundamente divididos em suas respostas aos altos preços da gasolina, assim como em tantas outras coisas, desde política até cultura. Muitos dizem estar usando menos gasolina, mas para cada Ogle deve haver um Glennis Glaxton.

Claxton, estudante de 26 anos de idade da Rice University, não tem carro, mas disse ter se esgotado tanto andando nos ônibus abafados de Houston que começou a pensar em comprar um, mesmo com o atual preço da gasolina.

Estudiosos, pesquisadores e americanos comuns entrevistados na terça-feira disseram não enxergar qualquer experiência nacional ou comunhão de sacrifício quando se trata da gasolina, mesmo quando a nação como um todo sofre um choque como o do Alasca.

Pessoas mais prósperas têm mais opções que outras em se e como e se adaptar – continuar dirigindo as mesmas distâncias ou comprar um carro híbrido mais caro. Os hispânicos, donas-de-casa de baixa renda, habitantes urbanos e jovens, de acordo com uma pesquisa nacional publicada na terça-feira pelo Pew Research Center, são mais propícios a mudar de comportamento pedindo carona ou usando o transporte público.

Quase sempre há disparidades regionais: a Costa Oeste, por exemplo, tende a ser atingida com mais força pela proximidade com Prudhoe Bay, dizem especialistas, já que o petróleo do Alasca alimenta a maior parte das refinarias na região.

Na pesquisa do Pew Research feita com 1.182 americanos – 1.048 deles motoristas – 55% disseram estar dirigindo menos por conta dos recentes aumentos nos preços da gasolina. A pesquisa, realizada entre 20 de junho e 16 de julho, tem uma margem de erro de 3% para mais ou para menos.

Já o apetite geral do americano pela gasolina quase não se modificou. O uso total da substância neste ano é de cerca de 0,5% a 1% a mais que no ano de 2005, de acordo com dados federais – uma taxa de crescimento mais lenta que a do passado, mas que dificilmente irá registrar a marca de uma nação com o pé enterrado no freio.

Kirk Johnson