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O aumento da mistura de biodiesel


Julio Cesar Vedana - 03 nov 2010 - 07:42 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:14

A perspectiva para o biodiesel nos próximos anos ficou mais clara depois de dois dias, 21 apresentações, 215 participantes e cinco intensos debates com os diferentes setores do biodiesel durante a conferencia BiodieselBR 2010.

Não foram apenas as palestras e as discussões que permitiram avançar no tema do aumento da mistura, mas as conversas entre importantes participantes das distribuidoras, do governo, da indústria e dos motores ajudaram a entender como este mercado deve evoluir. A seguir apresento a minha opinião sobre o resultado dessas interações em relação ao futuro do mercado brasileiro de biodiesel.

O aumento da mistura de biodiesel virá e o PNPB continuará sua rota de crescimento por muitos anos. Esta constatação ficou evidente depois que todos os representantes dos conflitantes segmentos do mercado externaram sua opinião de apoio ao aumento da mistura. A velocidade de implantação é onde esta a divergência.

Mas a disposição de todos para resolver as diferenças é animadora e estimulante. Não fiquei com dúvidas que esses setores trabalharão com afinco para que as questões que hoje preocupam sejam resolvidas em 2011, enquanto o marco regulatório dos biocombustíveis continua sendo desenvolvido e preparado para entrar em vigor.

Além do desenvolvimento desta questão legal, a nobre iniciativa da inclusão social terá que ser aprimorada durante o desenvolvimento do marco regulatório. E espero que as mudanças necessárias, reconhecidas pelo próprio MDA, venham no ano que vem.

Hoje o horizonte indica o B7 como a evolução mais fácil de ser alcançada em função da aceitação das pesquisas e ensaios com esta mistura. Mas o trabalho para equacionar as dificuldades das distribuidoras será intenso e já está acontecendo.

Mas o B7 não vira sozinho. Cunhou-se um termo que mostra a disposição e sinaliza um plano audacioso: o biodiesel elástico. O governo parece estar interessado em estabelecer aumentos gradativos e constantes por um longo período. O melhor cenário indica o B20 para 2020. Isso representa um mercado no mínimo quatro vezes maior ao que temos hoje, e em apenas 10 anos.       

O plano do governo para aumento da mistura pode levar mais de um ano para ser anunciado, mas quando vier estimulará um crescimento do mercado brasileiro muito maior do que foi visto em 2007 e superior a qualquer desenvolvimento internacional gerado pelo biodiesel. Será um desafio tão grande quanto ao que foi criado com o lançamento do PNPB. A grande diferença é que agora o Brasil está melhor preparado.

Julio Cesar Vedana é diretor de redação da Revista BiodieselBR e do portal BiodieselBR.com