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Biodiesel

Investimentos italianos abrangem biodiesel


O Globo - 01 mai 2007 - 16:43 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Empresas italianas investirão US$ 480 milhões na construção de quatro refinarias de biodiesel no Brasil, segundo afirmou o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, nesta segunda-feira, durante uma visita para estimular o comércio entre os dois países.

O acordo deve ser ratificado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira, quando os dois líderes se encontrarem, informou Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), após uma reunião com Prodi.

PME'S - Os dois países também firmaram um acordo para fomentar o fluxo de comércio gerado entre os dois países por pequenas e médias empresas (PME's). Com o projeto, haverá linhas de financiamento específicas para essas empresas exportarem seus produtos do Brasil para a Itália e vice-versa. Segundo ele, essa medida é mais um passo na direção do fortalecimento das relações comerciais entre os dois países.

"Mas, considerando os laços de simpatia, amizade e de identidade entre os dois países, mesmo com essa iniciativa, ainda é muito pouco", disse ele, lembrando que o fluxo comercial entre Brasil e Itália é tão pequeno como aquele com países de população bem menores que a italiana.

Combustíveis
- A Europa tenta integrar mais combustíveis renováveis à sua matriz energética, porém não possui área agrícola suficiente para produzir grandes quantidades de óleos vegetais ou outras matérias-primas para o biodiesel ou etanol.

"Gostaríamos de participar do que está sendo feito no Brasil nesta área", disse Prodi na Fiesp.

O Brasil possui o mercado de biocombustíveis mais avançado do mundo, com mais de 30 mil postos de abastecimento que vendem etanol puro ou misturado com gasolina na proporção de 20 a 25 por cento do biocombustível. A partir de 2008, o país pretende determinar a mistura obrigatória de 2 por cento de biodiesel no diesel comercial.

Mais cedo na segunda-feira, Prodi disse que a petrolífera brasileira Petrobras e a italiana Eni anunciarão, em breve, uma parceria para produzir etanol na África.

O mercado de biocombustíveis brasileiro tornou-se um dos grandes alvos de investimentos domésticos e externos durante os últimos dois anos.

Este fato atraiu investimentos de grandes players, como o bilionário George Soros, o fundador da Sun Microsystems Inc., Vinod Khosla, dos supermercados Ron Burkle, da companhia de investimentos Kidd & Co e do co-fundador da AOL, Steve Case.

Investimentos - O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, deixou claro hoje que não veio para o Brasil apenas para trazer dinheiro em acordos de parceria e investimento, mas que quer, ele também, mais dinheiro brasileiro sendo investido em seu país.

"Queremos investir aqui no Brasil, mas também queremos investimentos brasileiros na Itália", disse Prodi, afirmando que capital brasileiro aplicado no exterior nunca foi tão grande e que, mesmo assim, a parcela italiana desses valores é irrisória.

O italiano afirmou que seu país tem interesse de investir na área de infra-estrutura brasileira, já que vê oportunidades grandes criadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Elogiando muito a iniciativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o PAC é um "sinal do desejo de modernização do Brasil, um projeto estratégico" para se atingir o desenvolvimento.

Para ele, áreas mais interessantes para investimentos italianos seriam as de transporte e de gestão da infra-estrutura. De fato, recentemente, um consórcio italiano apresentou uma das propostas para a construção de uma linha de trem de alta velocidade ligando as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.