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Glicerina

Queimador de glicerina para geração de calor e energia é testado


BiodieselBR.com - 13 jan 2012 - 07:02 - Última atualização em: 27 fev 2012 - 00:41
A Applied Combustion Technologies (ACT) licenciou uma tecnologia – em processo de patenteamento – desenvolvida na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU) que promove a combustão de glicerina pura (coproduto da produção de biodiesel) em um queimador para geração de energia e calor para aplicações industriais. A tecnologia está em processo de amadurecimento, patrocinada por um fundo do Grande Desafio de Eficiência Energética do Departamento de Energia americano no campus da NCSU em Raleigh, Carolina do Norte.

Especificamente, o queimador apresenta uma configuração de chama curva alta com atomização por spray em uma câmara projetada que consegue queimar 100% de glicerina pura. Um queimador de 20 quilowatts foi construído e exposto no campus da NCSU para testagem de conceitos de projeto, desempenho de longo prazo, soluções obstrutivas de bocal e caracterização de emissões.

Richard Taff, chefe de operações da ACT, disse que o sistema atendeu a todos os parâmetros de desempenho, operando com variados graus de glicerina pura derivada da transesterificação de várias matérias-primas, como gorduras animais, gordura residual e óleos vegetais. Além disso, Taff comentou que o queimador funcionou corretamente usando glicerina pura com diversos níveis de água, metanol, sais e matérias orgânicas não-glicéricas. O sistema pode usar qualquer combustível líquido que tenha viscosidade ambiente maior que 20 centistokes.

“Observamos uma faixa aceitável de emissões de nitrato e aldeídos, bem abaixo de níveis que possam gerar preocupação”, disse Taff à reportagem de Biodiesel Magazine. “Um dos maiores diferenciais é que há um processo de pré-aquecimento que utiliza alguma fonte alternativa como o diesel ou o propano, porque [a glicerina] é um fluido altamente viscoso. Você tem que fazer com ela flua. Assim que a câmara é aquecida a uma determinada temperatura, ela passa a operar com 100% de glicerina pura, o que é realmente inédito em matéria de queima de glicerina.”

A ACT e a NCSU estão agora testando o queimador, conduzindo a modelagem econômica e o planejamento de comercialização sob a fase 2 do fundo de energias renováveis e eficiência energética do Departamento de Energia. Taff espera assegurar o financiamento para a fase 3, que permitiria que a ACT e a NCSU ampliassem a escala da tecnologia de 200 KW para 2.000 KW (ou 2 megawatts).

De acordo com Taff, ampliar a escala da tecnologia do queimador seria possível com o terceiro estágio da pesquisa patrocinada pelo fundo, caso se concretize, ou, senão, “vamos procurar parceiros, ou estratégicos ou técnicos ou parceiros de investimento, como fabricantes de caldeira, produtores de biodiesel ou firmas de capital de risco, que possam encontrar valor neste tipo de aplicação para calor produzido domesticamente ou fins energéticos.”

Reconhecendo o crescente interesse dos produtores de biodiesel em encontrar métodos de maior valor agregado e maior custo-benefício para a utilização de glicerina pura, Taff prevê uma abordagem desconcentrada para a comercialização do queimador de glicerina pura. Segundo ele, a tecnologia pode se tornar uma opção particularmente atrativa para usinas de biodiesel de pequeno e médio porte localizadas em áreas rurais onde a venda da glicerina pura no mercado aberto seja dificultada por carências na estrutura de transporte. Assim, os queimadores poderiam ser usados para aquecimento industrial, geração de vapor ou conversão em energia. 

“Usinas de pequeno e médio porte localizadas em áreas rurais seriam o ideal, especialmente aquelas que não estão próximas a ferrovias para que a glicerina seja transportada”, diz Taff. “Este tipo de aplicação também geraria economias nos custos de armazenamento e/ou descarte. Consideramos que este seja o uso mais vantajoso para a tecnologia no momento.”

Alguns produtores de biodiesel já demonstraram interesse na tecnologia de queimadores, como o Renewable Energy Group, que se juntou ao projeto como parceiro industrial, e a Integrity Biofuels, do Estado de Indiana.

Biodiesel Magazine - Tradução BiodieselBR.com