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Biodiesel

Na Opep, Lobão diz que biocombustíveis são saída


O Globo - 23 jun 2008 - 05:24 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:06

O Brasil aproveitou ontem a reunião de emergência entre produtores e consumidores de petróleo, convocada pela Arábia Saudita, para defender o etanol como parte da solução para a atual crise de energia. O encontro, na cidade saudita de Jedá, terminou sem medidas concretas para conter a escalada de preços do petróleo - com exceção do anúncio da Arábia Saudita, maior produtor mundial, de que aumentará em 200 mil barris sua produção diária a partir de julho. No documento final, os participantes limitaram-se a reconhecer a importância de elevar investimentos em produção e a necessidade de transparência e regulação do mercado financeiro, para evitar a ação de especuladores.

- A primeira solução (para conter a alta de preços do petróleo) seria aumentar a produção (petrolífera). A segunda solução seria fazer o que o Brasil já está fazendo: produzir biocombustíveis - disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão à agência de notícias France Press.

O ministro estava acompanhado do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para quem "o Brasil tem perspectivas favoráveis" quanto à produção de petróleo, com as recentes descobertas da empresa no pré-sal. Na véspera, quando perguntado sobre as estimativas de reservas da área de Carioca - uma das recentes descobertas da estatal -, Lobão afirmara que "espera" que sejam superiores a 33 bilhões de barris. Como convidado, o Brasil participou, pela primeira vez, de uma reunião da Opep.

O otimismo de Lobão contrasta com a preocupação expressa dos representantes dos 35 países presentes à Reunião de Energia de Jedá. Além dos 200 mil barris adicionais, que elevará a produção saudita para 9,7 milhões de barris/dia, o ministro de Petróleo do país, Ali al-Naimi, afirmou que poderia oferecer outros 2,5 milhões de barris diários ao mercado, se houvesse demanda, mas enfatizou que isso não resolveria o problema.

- Estou convencido de que o atual nível de produção mundial não é o principal motivo para a atual situação.

Sauditas: fundo de US$ 1 bi para ajudar países pobres Os países produtores culpam os especuladores pela escalada de preços. Nesse sentido, a ênfase na regulação do mercado que consta do documento final é uma vitória dessas nações. Já os países consumidores defendem que o desequilíbrio entre oferta e demanda é a razão dos preços elevados.

- Não há evidências de que os especuladores são os que orientam os preços futuros - afirmou ontem o secretário de Energia dos EUA, Sam Bodman.

Diante do impasse, a Arábia Saudita conclamou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a criar um fundo de US$ 1 bilhão, para ajudar os países mais pobres a enfrentar os efeitos da disparada dos preços do produto. Além disso, anunciou outros US$ 500 milhões em empréstimos com o mesmo fim.