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Biodiesel

Brasil Ecodiesel espera licença de usina


Correio do Estado - Campo Grande/MS - 12 mar 2007 - 09:53 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Três meses após o lançamento do projeto da sua usina em Dourados, a Brasil Ecodiesel ainda depende de autorização ambiental do Governo do Estado para iniciar as obras de instalação pela Enersul de uma subestação de energia para o abastecimento da indústria.

A cessão de uma área de seis hectares pela prefeitura para a instalação da unidade no distrito de Vila Vargas tem validade de seis meses para o início da construção e igual período para o início das operações. A previsão era de funcionar em novembro de 2007.

Diante da demora na implantação da usina de biodiesel, surgiram rumores em Dourados de que a empresa, sediada no Rio de Janeiro, estaria suspendendo o empreendimento, como foi levantado na Câmara por um vereador. Mas o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ilton Ribeiro, disse ontem que o projeto está mantido.

"Conversei com os diretores da empresa e me informaram que a questão de licença e do aumento da capacidade de energia para a usina é que estão atrasando a instalação", explicou ontem Ribeiro ao Correio do Estado.

Representantes desta agroindústria estão percorrendo a região, promovendo encontro com agricultores familiares para incentivá-los a fazer o plantio de girassol e mamona, que são as matérias-primas de maior interesse para a Brasil Ecodiesel.

O presidente deste grupo, Nelson Silveira, disse no final de dezembro que a unidade de Dourados teria capacidade de produzir em torno de 120 milhões de litros de biodiesel/ano. A empresa investiria R$ 33 milhões na usina, que teria uma unidade de esmagamento para extração de óleo de soja, girassol e provavelmente mamona, e setor para a produção de biodiesel. O consumo estimado é de 500.000 toneladas/ano de grãos.

Menos soja

A Brasil Ecodiesel espera aumentar em, no mínimo, 15% sua margem de lucro com a substituição do óleo de soja pelo de outras oleaginosas na produção do biodiesel. Em 2006, o custo médio de produção do litro a partir do óleo de soja foi de R$ 1,50, enquanto o preço médio pago nos leilões do Governo federal atingiu R$ 1,80.

A soja será substituída pelo pinhão-manso, mamona e girassol, segundo o diretor da empresa, Ricardo Vianna, em entrevista. "A substituição vai depender de variações climáticas e de preço do óleo de soja", completa. Vianna anunciou que a área própria de plantio de pinhão-manso crescerá dez vezes neste ano, passando de 354 para 3.500 hectares. A intenção é reduzir a participação do óleo de soja a zero, utilizando-o apenas se houver falta das outras matérias-primas.