Ultra e Raízen disputam Repar, refinaria que Petrobras pôs à venda no Paraná
Dois grupos estão na disputa para a compra da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, um dos ativos que a Petrobras pôs à venda para reduzir seu endividamento. São os grupos Ultra, dono dos postos Ipiranga, e Raízen, associação de Cosan e Shell, de acordo com fontes.
Os dois grupos foram os que apresentaram as melhores propostas para a aquisição da refinaria à estatal. No entanto, como os valores das ofertas foram muito próximas, a Petrobras decidiu realizar uma nova rodada de negociações para recebimento de novas propostas vinculantes (ou seja, já com os valores de oferta pelo ativo) das duas postulantes.
A informação foi comunicada pela estatal ao mercado em Fato Relevante. De acordo com executivos próximos a estatal, o prazo para a entrega das novas ofertas pela Repar se esgota em 15 de outubro.
A Petrobras informou ainda que as empresas que participam das negociações em torno da Repar são Ultrapar, veículo de investimentos do Grupo Ultra, Raízen e China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec).
A estatal não revelou quais são as duas empresas finalistas, mas fontes informaram que são Ultrapar e Raízen. A chinesa ficou fora da disputa.
A Petrobras já está em fase de negociações com o fundo de Abu Dabi Mubadala para vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, a primeira do país, que completou 70 anos na semana passada. A expectativa é de o negócio ser fechado até o fim deste ano.
As negociações entre a Petrobras e os grupos investidores interessados em suas refinarias acontece no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando o pedido para suspensão das vendas de suas refinarias sem aval do Legislativo feito pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Nesta segunda, a Petrobras teve novo voto contrário à continuidade de processos em curso para venda de suas refinarias, proferido pelo ministro Ricardo Lewandowski.
O STF deverá decidir até 25 de setembro sobre a negociação das refinarias, após pedido das Mesas da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso para suspensão das transações. O relator, ministro Edson Fachin, iniciou a análise do caso na sexta-feira passada com voto pela paralisação das privatizações.
Ao pleitear no STF uma liminar contra as privatizações, as mesas legislativas argumentaram que a Petrobras estaria fatiando ativos em subsidiárias, cuja desestatização não depende de aprovação parlamentar, para “contornar” uma decisão anterior do STF que vetou a venda de “empresas-mãe” sem aval do Congresso.
No comunicado ao mercado a Petrobras destacou que, de acordo com a sistemática de desinvestimentos da companhia, só está prevista a divulgação ao mercado das etapas de teaser, início da fase não-vinculante, início da fase vinculante, celebração de acordo de exclusividade (quando aplicável), assinatura e fechamento dos contratos.
Ramona Ordoñez – O Globo