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Preço do diesel motiva protestos em 13 estados


Folhapress - 21 mai 2018 - 17:48

Pelo menos 13 Estados registram paralisação de caminhoneiros nesta segunda-feira contra a política de reajuste do diesel. Desde julho de 2017, a Petrobras passou a acompanhar as variações do preço do petróleo no mercado internacional, em vez de manter um valor fixo.

A greve é organizada pela Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros). Já foram registradas manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Ceará, Paraíba e Bahia.

Os caminhoneiros têm bloqueado rodovias pelo país. A Abcam representa caminhoneiros autônomos.

Na cidade de São Paulo, pontos de manifestação afetaram o trânsito nesta manhã. Os caminhoneiros bloquearam pistas da marginal Pinheiros, na zona sul, e da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o trânsito ficou acima da média. O protesto ganhou força por volta das 7h40, quando quatro caminhões, um em cada faixa, passou a andar lentamente pela marginal Pinheiros segurando o fluxo de veículos na pista expressa, no sentido Castelo Branco.

Ainda de acordo com a CET, não houve nenhum tumulto além da lentidão na marginal. Já por volta das 9h30, apenas um caminhão segurava o trânsito em uma faixa da direita na avenida Escola Politécnica, também na zona oeste.

A fila de veículos no local já passava de 1,5 km. A CET informou à reportagem que os manifestantes não repassaram o percurso do protesto.

A CCR NovaDutra conseguiu, na sexta-feira passada (18), liminar proibindo a interdição total da rodovia, sob multa de R$ 300 mil por dia. No Paraná, também foi concedida uma liminar proibindo bloqueios sob pena de R$ 100 mil por hora de interdição.

"Sou contrário a bloquear estradas, queimar pneu em rodovia, agressão física", diz José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam. "Nosso mote principal é tirar esses impostos perversos embutidos no preço do combustível, senão o país vai ficar sem abastecimento, sem alimentação."

Segundo a concessionária da Dutra, quatro trechos estavam interditados pela manhã, pontos próximos de Guarulhos, Lorena, Pindamonhangaba e Jacareí.

A rodovia Anchieta (SP-150) e a rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-248) também tinham pontos de interdição pela manhã, segundo as concessionárias.

Em Santa Catarina, um grupo de motoristas ateou fogo em pneus sob um viaduto da BR-101 em Imbituba, no litoral sul. O trânsito não chegou a ficar paralisado.

No Sul do país, houve protestos nos três Estados. No Paraná, uma das pistas da BR-116 foi interditada no km 67, na região metropolitana de Curitiba. Outro ponto de bloqueio foi em Paranaguá, no km 6 da BR-277.

No Rio Grande do Sul, os atos ocorreram a partir da madrugada em Gravataí, Taquara e Três Cachoeiras.

No interior de São Paulo, caminhoneiros fizeram protesto na rodovia Zeferino Vaz (SP-332), em frente à Replan, uma das principais refinarias do país, em Paulínia. Os motoristas ficaram no local das 7h30 às 9h30.

Já em Bauru, o ato ocorreu às margens da rodovia Marechal Rondon, com ao menos 30 caminhões estacionados ao lado de cartazes e faixas de protesto contra a alta do diesel.

Pneus foram queimados por manifestantes em Votorantim, às margens da rodovia Raimundo Antonio Soares.

A Abcam registrou cinco pontos de interdição na Bahia, sete em Minas Gerais, dois no Espírito Santo, três em São Paulo e dois no Paraná. Segundo a entidade, muitos são bloqueios parciais.

No Nordeste, foram registrados protestos no Ceará, na Bahia e na Paraíba.

Ao menos quatro cidades baianas tiveram manifestação, entre elas Vitória da Conquista e Jequié, onde dois trechos da BR-116 foram interditados em ambos os sentidos.

Um deles fica no km 814, em Vitória da Conquista e o outro, no km 672, em Jequié. Manifestantes queimaram pneus e o ato gerou congestionamento.

No Ceará, um trecho da BR-020 foi bloqueado por caminhoneiros entre Fortaleza e Maracanaú. Houve congestionamento de cinco quilômetros, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

Já na Paraíba, manifestantes interditaram trecho da BR-104 em Campina Grande.

Os caminhoneiros reivindicam do governo federal mudanças na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras.

Eles querem redução da carga tributária sobre operações com óleo diesel a zero, referentes às alíquotas da contribuição de PIS/Pasep e Cofins. Pedem também isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).

Os caminhoneiros argumentam que os aumentos do preço do diesel nas refinarias e os impostos afetam o transporte de cargas.

A categoria abrange cerca de 600 mil do 1 milhão de caminhoneiros autônomos do país.