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Negócio

PIB brasileiro deve cair 0,5% em 2020 por causa do coronavírus, diz BofA


Exame - 20 mar 2020 - 15:36

A pandemia de coronavírus terá um efeito nefasto para a economia brasileira. De acordo com relatório do Bank of America (BofA), o produto interno bruto (PIB) do país deve recuar 0,5% em 2020. Antes do agravamento da crise em todo o mundo, o banco previa que a atividade econômica cresceria 1,5%. A projeção para o ano que vem, no entanto, permanece no campo positivo. A expectativa é de crescimento de 2,5%.

“O crescimento negativo do PIB é reflexo de um menor consumo privado e cortes em investimentos. Ainda não está claro quando as coisas começarão a se normalizar. Neste ponto, vemos riscos de que voltemos revisar para baixo nossas projeções para Brasil”, escreve a equipe de análise da América Latina em relatório enviado hoje a clientes.

Projeções para AL

Com esse cenário, o BofA prevê que o Banco Central reduzirá os juros do país para 3,5% ao ano – hoje está em 3,75% ao ano. “Também esperamos continuidade nas intervenções no mercado de câmbio, dada a alta volatilidade e a baixa liquidez que prevalece. Somente este mês, o BC vendeu 6,9 bilhões de dólares no mercado local, 7,2 bilhões de dólares em swaps e 2 bilhões de dólares uma linha vinculada à recompra”, acrescenta.

A América Latina, assim como o Brasil, depende muito da economia da China e dos preços das commodities, mas, à medida que os governos começam a implementar medidas preventivas para conter a propagação do vírus, os efeitos tendem a ser de uma paralisação parcial na região. Por isso, a previsão para a América Latina é de uma queda de 1,6% na atividade econômica.

“Embora esperemos intervenção no mercado de câmbio, não vemos os bancos centrais da região aumentarem as taxas de juros para estabilizar suas moedas, como costumava ser a regra no passado. A falta de pressões inflacionárias e as taxas de juros globais super baixas permitem que as metas de inflação diminuam e deixem a moeda amortecer o choque”, afirmam.

 

 

Natália Flach – Exame