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Negócio

Petróleo sobe mais de 1% apoiado por dólar fraco após dados nos EUA


Valor Econômico - 16 fev 2024 - 09:35

O petróleo fechou em alta forte nesta quinta-feira (15), de mais de 1%, impulsionado pela depreciação do dólar após as vendas no varejo e a produção industrial dos Estados Unidos recuarem em janeiro, com resultados piores do que o esperado pelo mercado.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para abril subiu 1,61%, a US$ 77,59. Já o barril do petróleo Brent - referência global - para o mesmo mês avançou 1,54%, a US$ 82,86.

O fechamento contraria as primeiras movimentações do petróleo hoje. A commodity passou a subir e se firmou em território positivo depois que os Estados Unidos divulgaram uma queda de 0,8% das vendas no varejo entre dezembro e janeiro, resultado que superou o recuo previsto de 0,3%. Pouco depois, o Federal Reserve (Fed) informou que a produção industrial americana cedeu 0,1% no mesmo período, contrariando a alta esperada de 0,2%.

Ambos os dados amenizaram os temores do mercado quanto à possibilidade de um Fed mais conservador após o susto com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de janeiro. Com a perspectiva de uma política monetária mais frouxa, o dólar perdeu terreno ante a maioria das moedas de países desenvolvidos e emergentes, o que tende a favorecer o petróleo e outras commodities cotadas na divisa americana.

O bom humor no mercado de petróleo provocado pelo dólar fraco deixou em segundo plano o relatório mensal sobre o mercado da commodity da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). A entidade manteve a sua previsão de que a demanda por petróleo cairá a 1,2 milhão de barris por dia na média de 2024, após registrar quase o dobro disso no ano passado.

Para Craig Erlam, analista sênior de mercados da Oanda, a volatilidade recente do petróleo é “compreensível”, já que há grande incerteza quanto ao conflito no Oriente Médio, o cenário econômico e o futuro das taxas de juros nos países desenvolvidos. “Ultimamente, tem havido uma tendência maior de alta, mas, de modo geral, o preço permanece em níveis razoáveis que não serão uma preocupação do ponto de vista inflacionário”, diz ele.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico