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Negócio

Petróleo ignora dólar forte e fecha em alta com acirramento de tensões no Oriente Médio


Valor Econômico - 06 fev 2024 - 10:30

Os preços do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira depois da forte queda da semana passada, seguindo novos ataques americanos aos houthis no fim de semana, que, por fim, provocaram outros ataques de milícias patrocinadas pelo Irã a bases americanas no Oriente Médio na tarde de hoje. O acirramento das tensões na região pode interromper o transporte de petróleo e prejudicar a oferta.

Um ataque de drones à base americana anexa ao campo de petróleo de al-Omar, na Síria, deixou seis mortos entre os combatentes das Forças Democráticas da Síria, aliadas dos EUA.

No fechamento, o Brent - referência mundial - para abril subiu 0,85% a US$ 77,99. Já o WTI - referência americana - avançou 0,70% a US$ 72,78.

O petróleo fechou em alta mesmo com a alta do dólar, com os investidores mudando o foco de preocupações para o Oriente Médio. Por volta das 17h20, o índice DXY - que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas - subia 0,53% a 104,47 pontos.

Em relatório, a Fitch Ratings alertou hoje que as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, as próximas eleições em muitos países e a crescente incerteza regulamentar sobre recursos naturais em algumas nações renovaram o foco nos riscos geopolíticos e políticos para os mercados de matérias-primas, entre eles o petróleo.

Segundo a agência, os riscos vão elevar os prêmios de risco mas o crescimento econômico hesitante, juntamente com uma oferta de petróleo significativa limitará a recuperação dos preços.

Na mesma linha, em entrevista a CNBC, o chefe de pesquisa de commodities do Citi, Max Layton, disse que os eventos geopolíticos no Oriente Médio e Mar Vermelho podem temporariamente fazer com que os preços subam mas a partir do segundo trimestre um cenário de maior oferta deve pressionar as cotações novamente.

“Embora os acontecimentos no Mar Vermelho estejam impactando alguns mercados físicos, no geral, o abastecimento de petróleo permanece inalterado. Além disso, o mercado petrolífero está amplamente equilibrado no primeiro trimestre e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo dispõe de uma grande capacidade ociosa, deixando o mercado bastante confortável. No entanto, esta situação poderá mudar rapidamente se as tensões se espalharem para outras partes do Médio Oriente”, escreveu em nota o economista Warren Patterson, do banco suíço ING.

Eduardo Magossi – Valor Econômico