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Negócio

Petróleo fecha em queda com temores sobre a economia da China


Valor Econômico - 15 ago 2023 - 09:19

O petróleo fechou em queda nesta segunda-feira (14), pressionado pela crise da Country Garden Holdings, maior incorporadora imobiliária privada da China. O episódio aumenta os temores de desaceleração econômica do gigante asiático, cuja demanda por commodities tende a reduzir no processo.

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para setembro fechou em queda de 0,82%, a US$ 82,51. Já o barril do Brent, a referência global, para outubro cedeu 0,69%, a US$ 86,21.

Após atrasar pagamentos a credores, a Country Garden suspendeu as operações de títulos e aumentou as especulações acerca de uma possível reestruturação de sua dívida. No escopo macroeconômico, o mercado teme que o aprofundamento da crise da incorporadora gere mais riscos de baixa para a já enfraquecida economia da China, no segundo semestre.

“É provável que o mercado de petróleo permaneça apertado, mas se o nervosismo com a China se intensificar, o petróleo Brent ainda pode cair alguns dólares”, diz Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda. Para ele, a percepção de desaceleração global só melhoraria caso as autoridades chinesas liberassem estímulos mais amplos do que os adotados até agora.

Moya também credita a queda do petróleo a um ajuste após os contratos mais líquidos da commodity completarem sete semanas seguidas de ganhos.

“O petróleo bruto estende seu rali desde o fim de junho com aumento dos sinais de oferta insuficiente” no mercado global, explicam economias do Berenberg. Segundo eles, a commodity energética também ganhou apoio de especuladores, que aumentaram suas posições longas nos contratos. Nesse ponto, ainda há espaço para melhora, já que o movimento deve ter sido impulsionado, principalmente, para cobrir operações a descoberto, segundo o banco alemão.

A oferta e demanda globais, no entanto, devem ficar mais equilibradas no futuro, projetam os economistas, com base no aumento do número de poços ativos de petróleo.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico