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Negócio

Petróleo derrete mais de 3%, contaminado por preocupações sobre demanda global


Valor Econômico - 27 abr 2023 - 10:23

O petróleo encerrou a sessão desta quarta-feira (26) em queda de mais de 3% nos mercados futuros de Nova York e Londres. Investidores seguem preocupados com a perspectiva para a demanda global pela commodity energética em meio ao enfraquecimento da atividade em países desenvolvidos, a reabertura tímida na China e as fragilidades do setor bancário dos EUA.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para junho fechou em queda de 3,59%, a US$ 74,30, e o do Brent - referência global - para julho baixou 3,57%, a US$ 77,72.

“O petróleo está em queda livre devido a um ambiente econômico desafiador, nervosismo bancário, decepção com a reabertura da China, temores de aperto excessivo do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) e sob a expectativa de que a produção da Bacia do Permiano (nos EUA) ainda não atingiu seu pico”, resume o analista-sênior da Oanda, Edward Moya, em comentário a clientes.

De acordo com ele, os desenvolvimentos citados - em especial a retomada econômica mais fraca da China e a redução da demanda nos EUA - sugerem que o barril do petróleo não chegará a US$ 100 no curto prazo. Tal nível foi previsto por parte dos agentes do mercado após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciarem um corte surpresa em sua oferta no começo deste mês.

Ainda que tenha causado certa melhora nos contratos mais cedo - o do WTI, por exemplo, chegou a subir levemente - a forte queda dos estoques de petróleo nos EUA na semana passada, conforme informou o Departamento de Energia, não foi suficiente para evitar o movimento negativo da commodity ao fim da sessão.

Para o economista Kieran Tompkins, da Capital Economics, a queda nos estoques americanos de petróleo se deu diante de um declínio da produção e importações, afastando a narrativa de maior demanda doméstica nos EUA. Além disso, ele diz “duvidar” que a demanda se manterá resiliente diante dos problemas econômicos recentes.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico