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Negócio

Petróleo cai mais de 2% no dia guiado por preocupações com apertos monetários


Valor Investe - 28 jun 2023 - 09:35

O petróleo encerrou a sessão de hoje (27) com perdas de mais de 2%, à medida que investidores descontaram completamente eventuais riscos geopolíticos que possam afetar a oferta da Rússia e voltaram a focar na possível extensão do aperto monetário em economias desenvolvidas.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para agosto fechou em baixa de 2,41%, a US$ 67,70, e o do Brent - referência global - para setembro recuou 2,47%, a US$ 72,51.

“Os mercados de commodities ignoraram em grande parte os desenvolvimentos na Rússia no fim de semana, com o foco agora voltado para as preocupações com a demanda da China e o Federal Reserve (Fed) dos EUA”, resumem os analistas de commodities Warren Patterson e Ewa Manthey, do ING.

Embora tenha contribuído para uma alta tímida do petróleo ontem, o risco de instabilidade política na Rússia - após a rebelião do grupo militar privado Wagner contra o Kremlin - já não parece afetar os preços da commodity energética.

O movimento de baixa do petróleo nesta sessão ocorreu mesmo diante de indicadores econômicos fortes nos EUA. Mas, ainda que sinalizem resiliência da atividade americana, eles também fortalecem o argumento por mais altas de juros no curto prazo.

Além dos sinais para a política monetária do Fed, o mercado está atento nos próximos do Banco Central Europeu (BCE), cuja presidente Christine Lagarde reiterou hoje que uma alta de juros no mês que vem é provável. Lagarde discursou no fórum anual da entidade realizado em Sintra, Portugal.

O temor pelo aperto monetário ocorre em um momento que os operadores de petróleo já estão preocupados com os níveis da demanda global nos próximos meses, em especial a da China, destacam Patterson e Manthey.

“Até agora, os indicadores de demanda de petróleo da China têm sido bons, com importações de petróleo bruto mais fortes e maior demanda doméstica aparente. A preocupação é se isso deve continuar, pois claramente ainda existem alguns pontos fracos na economia chinesa – especificamente na produção industrial e no setor imobiliário”, dizem os economistas do banco holandês.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico