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Negócio

Petróleo cai 4% com aperto de bancos centrais europeus e dados de estoques nos EUA


Valor Econômico - 23 jun 2023 - 08:44

O petróleo encerrou a sessão desta quinta-feira (22) em forte queda à medida que investidores se afastaram de ativos de risco após aumentos de juros por diversos bancos centrais da Europa. A commodity energética aprofundou seu ritmo de queda depois que o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA divulgou dados semanais de estoques.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para agosto fechou em queda de 4,16%, a US$ 69,51, e o do Brent - referência global - para setembro cedeu 3,62%, a US$ 74,35.

Os contratos passaram a manhã toda em queda ao redor de 2% depois que os bancos centrais de Reino Unido, Noruega, Suíça e Turquia anunciaram decisões de elevar seus juros básicos.

“Os preços do petróleo continuarão pressionados, já que o aperto [monetário] de bancos centrais acabará com as perspectivas de crescimento global”, diz Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda.

Segundo ele, o mercado de petróleo só deve encontrar cenário mais favorável com a desaceleração da inflação europeia, e o barril do Brent pode chegar à casa de US$ 70 antes de uma eventual recuperação assim que a China deixar mais claro aos mercados quais serão as medidas de estímulos à economia que serão adotadas.

Durante a tarde, a commodity energética perdeu ainda mais força com a queda de 3,381 milhões de barris de petróleo nos estoques semanais dos EUA na semana passada, além de ganhos um pouco abaixo do esperado nos estoques de gasolina e produtos destilados.

Outro fator que pode ter pressionado o petróleo hoje foi a recuperação do dólar em relação a moedas rivais. Por volta de 16h15 (de Brasília), o índice DXY subia 0,31%, a 102,390 pontos.

A moeda americana reagiu à sabatina do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, no Senado americano, um dia após audiência na Câmara. Powell manteve seu tom “hawkish” e cauteloso ao mesmo tempo, ao reafirmar que o aperto monetário nos EUA não terminou mas que as próximas decisões de juros serão tomadas com base em novas informações da economia.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico