Petróleo atinge maior valor em 10 meses, amplia defasagem da gasolina e pressiona Petrobras por reajustes
O aumento da cotação do petróleo vem ampliando a distância entre os preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras no Brasil e os do mercado internacional.
Na segunda-feira, a cotação do barril tipo Brent, usado como referência no mercado brasileiro, fechou em alta de 0,53%, cotado a US$ 94,43. É o maior patamar desde novembro de 2022.
Segundo dados da Abicom, que reúne as importadoras no país, a Petrobras vendia ontem gasolina 9% mais barata em relação ao mercado internacional. No caso do diesel, a defasagem é de 13% no levantamento. Os dados antecipados ao Globo serão publicados hoje.
Essa defasagem é a maior desde o dia 8 deste mês, segundo a Abicon, quando a gasolina estava 7% mais barata e o diesel tinha preço 14% mais baixo no Brasil que no cenário internacional. Com isso, dizem analistas, começam a aumentar as pressões do mercado por novos reajustes dos combustíveis nas refinarias da estatal.
Segundo analistas do mercado, a alta no preço do barril ocorre em meio aos cortes de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) na produção da Árabia Saudita e da Rússia até o fim do ano, além de redução na extração dos Estados Unidos. Com menor oferta de óleo no mercado, os preços sobem.
Dólar alivia
Segundo uma fonte do setor, a diferença dos preços dos combustíveis só não está maior porque a cotação do dólar caiu para R$ 4,85.
A última vez em que a Petrobras aumentou os preços da gasolina e diesel nas refinarias foi no dia 16 de agosto. Na ocasião, a estatal elevou em 16,3%, ou R$ 0,41 por litro, o seu preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras. Passou de R$ 2,52 para R$ 2,93 por litro. Já o diesel subiu 25,8%, de R$ 3,02 para R$ 3,80.
Bruno Rosa – O Globo