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Negócio

Petróleo acumula maior queda semanal em dois anos com trégua no Oriente Médio


Exame - 27 jun 2025 - 08:30

Os preços do petróleo operam em alta nesta sexta-feira, 27, mas acumulam a maior queda semanal em mais de dois anos. A trégua entre Irã e Israel, que aliviou os temores de interrupção no fornecimento global, e a volta do foco dos investidores para as negociações comerciais entre Estados Unidos e China contribuíram para a forte correção.

Por volta das 5h30 (horário de Brasília), o Brent subia 0,8%, a US$ 68,26 o barril, enquanto o WTI ganhava quase 0,9%, negociado a US$ 65,83, segundo a agência Reuters. Ainda assim, ambos os contratos caminham para uma queda semanal de cerca de 12%, o pior desempenho desde março de 2023.

Durante a escalada do conflito entre Teerã e Tel Aviv, que durou 12 dias após bombardeios de Israel a instalações nucleares iranianas, o Brent chegou a superar os US$ 80. No entanto, após o anúncio de cessar-fogo pelo presidente Donald Trump, os preços recuaram bruscamente.

“O mercado praticamente eliminou os prêmios de risco geopolítico da semana passada, voltando a se concentrar nos fundamentos”, disse o analista Janiv Shah, da Rystad, à Reuters.

Estoques em baixa

O mercado também aguarda o encontro da Opep+ marcado para o dia 6 de julho, quando será decidida a política de produção para agosto. A expectativa é de mais um mês de flexibilização dos cortes, caso os dados de demanda no verão do Hemisfério Norte sustentem essa estratégia.

Apesar da queda da semana, o petróleo ganhou algum folego com a publicação de relatórios de estoques. Segundo dados da Agência de Informação de Energia dos EUA, houve redução significativa nos estoques de destilados médios.

Na Europa, os estoques de diesel nos hubs de Amsterdã-Roterdã-Antuérpia caíram para o menor nível em mais de um ano, enquanto em Singapura os estoques também recuaram, com aumento nas exportações líquidas.

Na Ásia, analistas destacam o papel da China, maior importadora global de petróleo e principal compradora de petróleo iraniano. De acordo com a consultoria Vortexa, o país importou mais de 1,8 milhão de barris por dia entre 1º e 20 de junho, um recorde na série da empresa.

Para o Commerzbank, “os preços do petróleo se estabilizaram no nível visto antes da escalada do conflito no Oriente Médio”, segundo relatório assinado por Barbara Lambrecht. A consultoria alerta, no entanto, que uma eventual ampliação da oferta pode representar um novo teste para o equilíbrio do mercado.

Acordo entre EUA e China

Segundo a Bloomberg, os preços do petróleo também foram impactados pelas declarações do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que confirmou a assinatura de um acordo comercial com a China nesta semana.

O pacto entre os dois países inclui a entrega de terras raras ao mercado americano e pode abrir caminho para novos entendimentos antes do prazo de 9 de julho, data limite para imposição das tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump.

Carolina Ingizza – Exame