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Negócio

Para BTG, incerteza sobre política de preço de novo governo pode fortalecer biocombustíveis


Agência CMA - 29 nov 2022 - 08:49

O BTG Pactual considera que, embora existam riscos associados a mudanças na política de preços de combustível da Petrobras, uma agenda ambientalmente mais consciente sob o novo governo do presidente eleito reforça a relevância dos biocombustíveis.

Assim, o banco acredita na necessidade de encontrar espaço no orçamento federal para financiar maiores gastos sociais, o que pode se traduzir na reversão de algumas das medidas negativas que impactaram o setor de biocombustíveis neste ano, como zerar impostos federais, reduzir alíquotas de ICMS e a menor visibilidade proporcionada ao Programa RenovaBio, dizem os analistas.

Desta forma, a recomendação do BTG Pactual é de compra das ações de sucroenergéticas, o que inclui Raízen, São Martinho, Jales Machado e Adecoagro.

“Ainda vemos espaço para uma história mais brilhante para players do setor que estão à frente, principalmente devido à melhora na produtividade da cana-de-açúcar, juntamente com níveis mais elevados de precipitação, e isso deve permitir alguma diluição de custos”, diz análise.

O texto segue: “Mas o etanol recuperar parte de sua competitividade com base nos preços mais altos da gasolina também é importante e, sem dúvida, o gatilho de curto prazo mais claro para as ações do setor. A falta de uma perspectiva mais forte de preço do etanol, juntamente com maiores volumes de cana-de-açúcar poderia levar o Brasil a inundar o mercado global com açúcar, forçando a commodity baixar o preço”.

Os analistas do BTG, no entanto, estão esperançosos de que ainda haja mecanismos de mitigação para as empresas do setor, como preços potencialmente mais altos dos créditos de descarbonização (CBios).

Eles também acreditam na manutenção da PEC 15, que diz que o imposto do etanol deve ter um índice de competitividade em relação ao da gasolina. Outros aspectos mencionados incluem aumento de exportações como forma de escapar dos preços internos mais baixos, além de eventuais mudanças no mix de produção.

A visibilidade geral, no entanto, permanece baixa. “Como referência, tivemos estimativa que, tudo mais constante, causou uma redução nos preços do etanol em R$ 0,30 por litro, impactando nossas estimativas de Ebitda 2023/24 para o setor em até 8%”, completam.

Camila Brunelli – Agência CMA