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Negócio

Coronavírus e queda do petróleo podem levar Petrobras a adiar venda de refinarias, diz fonte


O Globo - 12 mar 2020 - 10:54

Os preços baixos do petróleo no mercado internacional, aliado ao agravamento da epidemia do coronavírus, podem levar a Petrobras a adiar a venda das oito refinarias previstas para este ano.

A avaliação é de uma fonte próxima às negociações, que avalia que estendendo-se por mais alguns meses a queda de braço entre Moscou e Riad, além da redução do valor dos ativos da companhia, o andamento das negociações sofreria com a restrição de deslocamento de executivos de empresas estrangeiras.

Por enquanto, diz a fonte, está mantido o prazo de entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias para o próximo mês de abril, e das outras quatro para maio.

“Se os preços do petróleo se mantiverem em patamares baixos, as propostas vão vir obviamente mais baixas e a Petrobras vai ter que avaliar se vende neste momento ou se atrasa a negociação”, disse a fonte.

A outra dúvida é em relação a propagação do coronavírus, se o cenário se mantiver nos próximos meses. “Como vão conseguir fazer as negociações, com a limitação de deslocamento de executivos do exterior?”, ressalta a fonte.

A entrega das propostas vinculantes para as quatro primeiras refinarias estava inicialmente prevista para o início deste mês, mas já havia sido postergado para abril, antes mesmo da atual crise internacional de preços e do agravamento da epidemia, a pedido dos interessados.

A Petrobras só deve bater o martelo sobre uma nova mudança de data após receber as propostas e avaliar o valor das ofertas, diz uma pessoa próxima ao tema. A oferta das oito refinarias é um dos principais projetos de venda de ativos da companhia para a redução de sua dívida.

As propostas vinculantes a serem entregues em abril são para Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco, Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul — incluindo seus ativos logísticos locais. Essas quatro refinarias têm uma capacidade, somadas, de 950 mil barris por dia, cerca de 45% da capacidade total de refino do país.

Circula no mercado que entre os principais grupos interessados estariam a chinesa Sinopec, o fundo de investimentos Mubadala Investment, de Abu Dhabi, e os grupos brasileiros Cosan e Raízen.

Na segunda fase, estão em ofertas a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná.

Ramona Ordoñez – O Globo