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Bioquerosene

Indonésia acelera testes de combustível sustentável de aviação à base de óleo de palma


Nikkei Asia - 18 nov 2025 - 14:03

A iniciativa integra a estratégia do maior produtor mundial de óleo de palma para reduzir a dependência de combustíveis importados e impulsionar a descarbonização. O governo também prepara uma nova expansão da política de biodiesel, que usa a mesma matéria-prima, a partir do próximo ano.

Segundo Hartarto, o uso do óleo de palma em combustíveis sustentáveis tende a gerar mais valor para o setor e ampliar oportunidades de trabalho no país. “O governo continuará estimulando novas inovações como base para um desenvolvimento industrial mais sustentável”, disse durante a Conferência de Óleo de Palma da Indonésia, em Bali.

A estatal Pertamina vem testando seu SAF com três companhias aéreas nacionais: Pelita Air (sua subsidiária), Garuda Indonesia e Citilink. A empresa afirma que o combustível pode reduzir as emissões em até 84%. Sua refinaria em Cilacap, Java Central, tem capacidade anual de cerca de 238 mil quilolitros, e outra unidade no sul de Sumatra pode adaptar parte da produção caso a demanda aumente, segundo a Kilang Pertamina Internasional.

Após descartar o uso de derivados de palmiste por inviabilidade econômica, a Pertamina testa agora SAF produzido com óleo de cozinha usado e estuda também aproveitar efluentes de usinas de óleo de palma.

A Garuda já avaliou o combustível em voos entre Jacarta e Amsterdã. “O desempenho dos motores permaneceu estável e seguro, sem impacto técnico nas operações”, disse Heri Martanto, chefe de sustentabilidade da empresa. Representantes da Airbus na Indonésia destacaram que o SAF é um “substituto direto”, podendo ser usado sem alterações em aeronaves ou na infraestrutura aeroportuária.

A demanda global por SAF deve crescer com metas da OACI e da União Europeia para ampliar o uso de combustíveis de baixo carbono. Ainda assim, subsistem dúvidas sobre a aceitação internacional de combustíveis à base de óleo de palma, devido às preocupações com desmatamento em países produtores.

A Indonésia também vê o novo fundo soberano Danantara como potencial impulsionador do setor, segundo Eniya Listiani Dewi, diretora-geral de energias renováveis. Ela afirma ter sugerido ao fundo que invista na produção comercial de SAF.

Paralelamente, o governo pretende ampliar a mistura obrigatória de biodiesel de 40% para 50% em 2025 e fará testes da chamada B50 em dezembro, em setores como transporte, mineração, agricultura e maquinário pesado. Dewi reconhece que a adoção da política enfrenta desafios devido ao envelhecimento das palmeiras e ao ritmo lento de novos plantios.

Para aumentar a oferta, a Indonésia pretende abrir 600 mil hectares de novas plantações de palma a partir do próximo ano, segundo o Ministério da Agricultura.