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Energia

Evento discute biocombustível brasileiro


PNUD Brasil - 28 mar 2006 - 14:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Representantes de mais de 23 países participam de conferência para conhecer modelo do Brasil, maior consumidor de energia renovável

Representantes de 16 países da América Latina e de Estados Unidos, Inglaterra, Suiça, Alemanha, Japão, China, Índia e outras nações estão reunidos no Rio de Janeiro para conhecer a metodologia, o regulamento e o financiamento da produção de biocombustíveis no Brasil, o maior consumidor mundial de energia renovável. A experiência dos demais países latino-americanos também será debatida no evento, intitulado Biofuel Markets – America (Mercados de Biocombustível da América) e organizado pela rede mundial GreenPower, com apoio do PNUD.

“As mudanças climáticas e os preços altos do petróleo têm levado o mercado mundial de biocombustível ao crescimento. É muito importante proteger o continente americano da dependência do petróleo”, aponta Nadin Chaudhry, organizador do evento, que começou nesta segunda-feira e termina na terça.

A discussão entre os países latino-americanos deve considerar o potencial de exportação dos países da região, avalia Chaudhry “A Europa deve substituir, até 2010, 10% do combustível fóssil por aqueles derivados de fontes renováveis”, afirma ele, referindo-se ao Protocolo de Quioto, que faz tal exigência aos países europeus. “Para a Europa, pode ser mais barato comprar esses combustíveis do Brasil, por exemplo”.

Pioneiro na produção de álcool — com o Programa Nacional do Álcool (Pro-álcool) desenvolvido na década de 70 —, o Brasil é responsável hoje por 40% do consumo do combustível no mundo. O consumo de energia de fontes renováveis (incluindo recursos hídricos e de biomassa) no país já chega a 44% (sendo 15,5% de álcool), segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Isso faz do Brasil o maior consumidor desse tipo de energia, já que a média mundial é de 13% e a de países ricos, apenas 6%.

A produção brasileira de biodiesel (combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais) também merece destaque, avalia a superintendente da ANP, Maria Antonieta Andrade de Souza, uma das palestrantes do evento. “Estão em andamento 34 projetos no país, que têm a capacidade nominal de produzir, em 2006, 1,75 bilhão de litros”.

A legislação brasileira contribui para o estímulo da produção. Em dezembro de 2004 foi criado o Programa Nacional de Produção e Uso Eficiente do Biodiesel, que torna, a partir de 2008, obrigatória a substituição de 2% do diesel pelo combustível de óleos vegetais. A quantidade sobe, em 2013, para 5%. Capacidade para isso o país já tem, de acordo com Maria Antonieta. “Para substituir 2%, são necessários 84 milhões de litros por ano”, afirma.

A conferência pretende ainda discutir como desenvolver o mercado de outros países, como Argentina, Paraguai e Uruguai. “Todos os países do Cone Sul já anunciaram que pretendem utilizar as mesmas características físico-químicas utilizadas pelo Brasil”, destaca Maria Antonieta.

Texto de Tailta Bedinelli
da PrimaPagina