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Biodiesel

Monocultura é danosa e leva à submissão dos produtores, afirma agricultor


Agência Notícias do Planalto - 10 abr 2006 - 06:19 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Experiências mal-sucedidas com monocultura, como é o conhecido caso da Aracruz Celulose, já serve de alerta aos produtores do campo brasileiro.  Recentemente, a empresa “Brasil Ecodiesel”, de extração de biodiesel a partir da mamona, anunciou que o município de Rosário do Sul (RS), será a nova sede da fábrica.  Para isso, a empresa terá ajuda do próprio governo federal no incentivo à plantação exclusiva da mamona.  Pequenos agricultores da região, no entanto, indicam a necessidade de um modelo mais participativo, que estimule trabalhos cooperativados e cultivos diversificados.

Para Áureo Scherer, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), todos os tipos de monoculturas são danosas aos camponeses e ao meio ambiente, além de levar os produtores à submissão com relação às multinacionais.

“Porque não dá pra ficar preso e submetido à uma única cultura.  Temos vários exemplos, como a questão da monocultura da soja que trouxe uma quebradeira, uma falência generalizada no campo brasileiro, porque o preço da soja está muito abaixo de seu preço de produção.  A monocultura da madeira, como a que envolve a Aracruz, na região sul.  Por isso nós achamos que esse não é o caminho adequado, não é o mais apropriado para este momento.  Além do mais, por estar também controlado por determinadas empresas multinacionais.  Temos que construir nossa autonomia, que é isso que estamos construindo na região das Palmeiras das Missões (RS)”.

Segundo Scherer, os pequenos agricultores da região de Palmeira das Missões estão implementando uma refinaria de biodiesel, a partir da extração de vários tipos diferentes de sementes.  A proposta é evitar a monocultura da mamona, já que o biodiesel pode ser extraído também do girassol, do pinhão-manso, entre outros.

Clara Meireles