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Biodiesel

Lula e Chávez fazem corrida energética no continente


UOL - 08 ago 2007 - 10:50 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva percorre a América Latina para promover os biocombustíveis, seu equivalente da Venezuela, Hugo Chávez, viaja pelo mesmo continente também em busca de acordos, mas relacionados ao petróleo, em uma espécie de corrida energética.

Lula já passou por México, Honduras e Nicarágua, e visitará Jamaica, na quinta-feira, e Panamá, na sexta. Chávez esteve na Argentina e deve e prometeu fazer acordo com Uruguai, Equador e Bolívia.

Além da fonte de energia, a diferença entre o projeto de Lula e o de Chávez tem um aspecto político. O brasileiro procura fazer da América Central e do Caribe uma plataforma de produção de etanol para suprir a demanda dos Estados Unidos.

Em março, o Brasil havia firmado com o presidente americano, George W. Bush, um acordo para priorizar a produção de etanol. Os dois países respondem por 70% da produção mundial dessa fonte de energia.

Já o venezuelano tem o objetivo de, por meio da integração da América Latina na questão energética, medir forças com o governo Bush. "Estamos conscientes do que se trata: a Argentina está se livrando do 'Drácula'", disse ontem em Buenos Aires o presidente da Venezuela, referindo-se aos Estados Unidos e aos empréstimos tomados dos organismos internacionais.

As diferenças, em termos políticos e econômicos, das propostas de Lula e de Chávez não as tornam, necessariamente, incompatíveis.

Acordos
Ontem, o brasileiro assinou uma declaração sobre biodiesel em Honduras, além de acordos no âmbito sanitário, agropecuário e de assistência judicial. Antes disso, Chávez ofereceu ao mesmo país a possibilidade de, ao comprar petróleo, deixar 20% da fatura para financiamento de longo prazo, com juro baixo.

No México, Lula assinou, com presidente Felipe Calderón, acordos de cooperação na área de energia, assistência jurídica e combate ao tráfico de imigrantes.

Chávez fechou ontem um convênio com a Argentina (o Tratado de Segurança Energética, que prevê, inclusive, a criação da multinacional "Petrosuramérica") e pretende fazer outros com Uruguai, Equador e Bolívia.

No acordo entre Venezuela e Argentina, a primeira comprou US$ 500 milhões em bônus da dívida da segunda, totalizando US$ 5,145 bilhões em fundos entregues aos argentinos nos últimos anos. Chávez se comprometeu, ainda, com o fornecimento de energia à segunda até 2150.