Biodiesel, mistura de álcool com óleo vegetal ou animal

Combustíveis fósseis – gás natural, petróleo e carvão mineral – são a principal fonte de energia, de eletricidade, dos países mais desenvolvidos do mundo, aí incluindo-se Grã-Bretanha, Estados Unidos, Itália e Japão.

No Brasil, a matriz é outra. Nela predomina a energia hidroelétrica, o que nos coloca numa posição singular.
Proteção ao meio ambiente, com redução no consumo de combustíveis que majoram o já considerado elevado efeito estuda, está sendo um dos motes do século XXI. E aí, energia limpa entra como fator de destaque e com ênfase singular.

Neste contexto é que aparece a importância do biodiesel.
Quimicamente, o biodiesel é a mistura de álcool (propanol, etanol, metanol) com um óleo de origem vegetal e até animal, embora este sempre como exceção. Já está claro que, com a fotossíntese, o Brasil passa neste particular a ocupar posição privilegiada em todo mundo. Soja, girassol, as palmáceas, são fonte de óleo vegetal. O que varia em relação a cada uma delas no curto prazo é apenas o rendimento por hectare cultivado. E, no médio prazo, as culturas.

Para extração de óleo, o rendimento por hectare (ha) cultivado é de 500 litros quando se trata de soja. É de 800 litros, quando o caso é o girassol. E de 5 900 litros igualmente por hectare cultivado quando se trata da palma. Ë o que informam os técnicos. O que trabalha a favor da soja é que sua produtividade é grande, sua cultura está mais profissionalizada o que permite uma produção em escala econômica já de imediato. Quanto às palmáceas – inclusive o dendê – o período de maturação deve ser maior, com técnicos calculando em no mínimo quatro anos o tempo que se deve esperar para que as culturas tenham uma produção compatível com a demanda necessária. Mas as palmáceas obedecem aspectos de uma estratégia que passa pela melhor distribuição espacial de rendimentos.

O nordeste brasileiro é muito mais propício para a produção e mesmo mais altos rendimentos das palmáceas o que coincide com plano de distribuir melhor o desenvolvimento econômico sobre o espaço físico do país.

De qualquer forma, inicialmente com a soja, a região pode apresentar os dois componentes para a produção do biodiesel – um álcool, no caso o etanol e um óleo, no caso a soja – cuja cultura deixaria de migrar, como tem ocorrido, sobretudo, nos últimos cinco anos, para outras regiões do país.

Agora, mesmo que a região entre apenas com o etanol na produção do biodiesel, ela já estará aumentando sua renda e alargando as oportunidades de trabalho para uma massa deslocada das oportunidades de emprego.
O biodiesel vai ajudar o desenvolvimento do interior do Brasil. Aí incluído certamente o nordeste paulista.

Antônio Vicente Golfeto