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Análise Semanal 18.mai.09
O resultado da Brasil Ecodiesel
A Brasil Ecodiesel apresentou na semana passada os resultados do primeiro trimestre de 2009. Nada de anormal aconteceu no período e o resultado negativo foi dentro do esperado.
Ao analisar os resultados do primeiro trimestre de 2009 observa-se que nada mudou em relação aos trimestres anteriores. Faturamento muito aquém de sua capacidade e altas despesas administrativas. Esses gastos tomam quase 20% do faturamento da empresa e quando somadas ao pagamento dos serviços da enorme dívida, resulta em prejuízos trimestrais rotineiros.
Mesmo apresentando lucros operacionais, não significa que a empresa tem um belo futuro pela frente. Mantida a proporção dos lucros operacionais no primeiro trimestre de 2009 e mantidas as margens de lucro sobre as vendas, a Ecodiesel precisaria multiplicar por 7,5 as vendas trimestrais para empatar. Ou seja, vender sete vezes e meia a mais biodiesel e subprodutos para não ter prejuízo. Chegar a esse volume de vendas no atual modelo de leilões, mantendo a ‘margem de lucro’ no mesmo patamar, é impossível para a companhia.
Uma das saídas anunciadas pela empresa, que está em andamento, é o de transformar algumas dívidas em participação do capital da companhia e captar mais recursos com o lançamento de ações. Essa solução ajudará a empresa no médio prazo, pois se pagar suas dívidas com o que captar no mercado ainda restará, mais de 180 milhões de reais em débitos. Atualmente a empresa deve 290 milhões de reais e espera captar R$ 104 milhões com o lançamento de ações.
Mesmo com isso, o volume da dívida remanescente será desproporcional em relação ao seu faturamento. Atualmente a dívida da Brasil Ecodiesel é de praticamente 100% do seu faturamento anual.
A melhor saída da empresa seria mesmo a venda de duas de suas usinas por valores próximos a uma centena de milhão de reais, o que permitiria quitar boa parcela de sua dívida e ainda manter o capital de giro nos níveis necessários para o bom funcionamento.
B4 autorizado
O MME jogou um balde de água fria no setor quando anunciou que o volume de compra de biodiesel do 14º leilão seria para suprir a legislação atual, até então do B3.
Não aumentar o percentual de biodiesel no diesel era algo que nenhuma usina acreditava, pois além de largamente anunciada por representantes do governo, o B4 traria mais empregos, diminuiria as importações e faria mais de um bilhão de reais circular dentro do país.
Tão absurda era a situação que o Ministro Edison Lobão autorizou na sexta-feira o aumento da mistura. Com a medida, o Brasil passará no dia 1 de julho de 2009 a ter 4% de biodiesel em todo o diesel comercializado no país.
A resolução do MME também altera o volume de biodiesel que será comprado no 14º leilão de biodiesel. As usinas estão sendo convocadas para vender 460 milhões de litros de biodiesel e não mais 340 milhões, um aumento de mais de 35%.
Com este volume o 14º leilão não será tão concorrido como foi o anterior, mas ainda terá uma oferta maior que a demanda e exigirá das usinas uma análise profunda de qual a melhor estratégia para vender bem.
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