Brasil Ecodiesel investe R$ 22 mi em usina que atende 30% da demanda
Com investimento próprio de R$ 22 milhões e 20 mil toneladas de mamona
em estoque, volume suficiente para produzir oito milhões de litros de
biodiesel, em um mês, a Brasil Ecodiesel inicia oficialmente hoje, a
produção de óleo verde na nova usina de Crateús, no sertão central
cearense. A nova unidade, que será inaugurada com a presença do
presidente Lula da Silva, terá capacidade instalada de produção de 10
milhões de litros de óleo por mês, ou 118 milhões de litros/ano.
Para abastecer a nova usina, bem como as demais 19 unidades da empresa
em todo o País, e assegurar o fornecimento de 450 milhões de litros de
biodiesel até o fim deste ano, já contratados com a Petrobras, o
engenheiro eletricista e presidente da Brasil Ecodiesel, Nelson José
Côrtes da Silveira, informou que a empresa está celebrando contrato com
produtores de mamona, girassol e de óleo de soja, em todo o País.
“Somente no Nordeste, temos contratos com 45 mil famílias, que estão
plantando mamona, com contratos assinados e negociados com entidades
sindicais e com a confederação dos trabalhadores da agricultura e
federação estaduais de agricultores, além de outras oleaginosas”,
enumerou Silveira.
Segundo ele, a nova unidade de Crateús irá contribuir com 90 milhões de
litros de biodiesel, dos quais 30% serão produzidos a partir da mamona
plantada no Ceará e demais estados do Nordeste. “70% (do biodiesel)
será produzida com óleo de soja e de girassol”, informou o engenheiro.
Conforme disse o engenheiro, até o fim de 2007, a Brasil Ecodiesel
projeta processar 120 mil toneladas de mamona, 280 mil toneladas de
girassol e 430 milhões de litros de soja, adquiridos de todo o País.
Carlos Eugênio
Diário do Nordeste
Produção só atende 30% da demanda
A usina de biodiesel inaugurada hoje em Crateús irá precisar comprar oleaginosas de fora do Estado para atender a demanda. É o que afirma o presidente da Brasil Ecodiesel, Nelson Silveira. "A intenção é que a mamona e o pião manso respondam por 60% da matéria-prima no final do ano. Hoje, respondem por 30%", afirma.Segundo Silveira, não há mamona suficiente porque os leilões de venda de biodiesel feitos no ano passado e não havia um programa agrícola voltado para essa cultura. "Os contratos só foram assinados em setembro. Você só pode disparar uma programa (de cultivo da mamona) quando há venda certa. Se hoje não há mamona suficiente no Ceará, isso vai acontecer este ano e em 2008, quando o biodiesel será obrigatório", afirma.
Segundo Silveira, para que haja produção suficiente para atender à demanda é preciso haver um trabalho de reestruturação do programa agrícola e oferecer assistência técnica aos agricultores. "Nós mesmos da Brasil Ecodiesel fizemos, em 2006, 250 mil visitas de assistência técnica no Nordeste", diz. Silveira acredita que a entrada em operação da unidade de Crateús irá estimular a produção da mamona. "O cultivo de oleaginosas emprega, no Nordeste, 45 mil famílias. No Ceará são seis mil famílias. Para o ano de 2007, queremos chegar a mais de 100 mil famílias no Nordeste e acredito que tenhamos de 15 mil a 20 mil famílias envolvidas no Ceará", afirma.
O Povo
Cidade é a quarta com maior área plantada
O município de Crateús é o quinto maior produtor de mamona no Ceará, com 300 hectares plantados. A área plantada em 2006 no estado chegou a 6.316 hectares, bem abaixo dos 14,050 hectares de 2005. Os dados são do Instituto Agropolos do Ceará. As quatro primeiras no ranking cearense são Boa Viagem (1.110 hectares), Itatira (486 hectares), Parambu (350 hectares) e Pedra Branca (304 hectares).Segundo o Ministério de Minas e Energia, no fim de 2007, a capacidade instalada no Brasil deve chegar a 1,8 bilhão de litros de biodiesel e a produção, em 720 milhões de litros.
A Brasil Ecodiesel tem três unidades de produção em funcionamento: Floriano (PI), com capacidade de 44,5 mil metros cúbicos por ano; Crateús (CE), e Iraquara (BA), as duas últimas com capacidade de 118,8 mil metros cúbicos.