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[Análise] O 15º leilão de biodiesel e o lucro


BiodieselBR.com - 01 set 2009 - 16:18 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09

Com a realização dos leilões na semana passada, a ansiedade comum que antecede esses momentos também acabou e mostrou um setor maduro que sabe dimensionar os riscos envolvidos.

Um ponto vem chamando a atenção nos últimos leilões e neste ficou evidente: as pequenas usinas, embora teoricamente tenham um custo de produção mais alto que as grandes, praticaram os menores preços de ofertas. É muito provável que isso ocorra por que sem o Selo Social, elas têm apenas um lote para ofertar e preferem não correr o risco de ficar de fora do mercado. Esta seria uma bela vitória da inclusão social se o selo estivesse realmente funcionando.

Ecodiesel
A Brasil Ecodiesel manteve a média de venda dos leilões anteriores. Existia uma grande expectativa quanto a agressividade da nova direção da empresa. Mostrou ter cautela, mesmo com dinheiro em caixa. A Ecodiesel deixou realmente para trás a agressividade nas vendas a qualquer custo.

Participação
A região Sul e Centro-Oeste continuarão como as maiores produtoras de biodiesel. Neste último leilão foram responsáveis pela venda de 311 milhões de litros, 67,6% do biodiesel vendido. Conseqüência natural da grande produção agrícola dessas regiões. E essa participação deve permanecer e/ou até aumentar daqui para frente em função dos projetos de novas usinas nas duas regiões.

Lucro
Tomando como base o preço de venda da ADM, a menor oferta no certame, pode-se considerar a margem de lucro das usinas como boa. Isso por que a esse preço, a ADM tem lucro, senão teria feito um preço maior. Conseqüentemente, as usinas de porte semelhante que venderam quase 15 centavos por litro a mais, fizeram um ótimo negócio.

Por outro lado, não se pode esquecer que estamos entrando na entressafra de óleo de soja. Nos últimos 15 dias o preço do óleo subiu mais de R$ 100,00 por tonelada. A tendência é que o preço continue a subir nos próximos meses, e as usinas que não se protegeram, ainda podem transformar essa previsão de lucro em prejuízo real no momento da entrega.

Para escapar dessa situação, duas alternativas se apresentam: fazer hedge ou entrar no mercado e comprar nos próximos dias o óleo necessário para cumprir os contratos de venda. O hedge tem um custo considerado alto pelas usinas e a compra antecipada precisa de caixa.

Cada usina vai fazer (ou muito provavelmente já fez) suas contas para escolher a melhor opção. Apostar na sorte nesse momento é um risco desnecessário.

Tags: L15