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Análise Semanal 28.jan.08
O mercado de biodiesel estava apreensivo com a possibilidade de a União Européia rever para baixo as metas de uso de biocombustíveis para 2020. Uma decisão nesse sentido seria uma ducha de água fria em todos os empresários que investiram no biodiesel contando com o crescimento do mercado em todo o mundo.
Para a felicidade do setor, a União Européia decidiu manter a utilização de 10% de biocombustíveis em seu transporte até 2020. Dessa forma, em 2020 todo o diesel consumido na Europa terá de ter 10% de biodiesel misturado. Serão 19 bilhões de litros de biodiesel, volume equivalente a quase 50% de todo o diesel consumido no Brasil.
Antes disso, em 2012, a produção de biodiesel no mundo deverá alcancar 34,7 bilhões de litros, segundo uma estimativa da Frost&Sullivan. É um volume quatro vezes maior do que a produção mundial de 2006.
Com esse crescimento é mais fácil entender por que as usinas brasileiras querem ganhar mercado, mesmo tendo que suportar algum prejuízo. Há um mercado gigantesco se abrindo e sairá na frente quem já estiver produzindo, com toda sua cadeia de produção e distribuição funcionando.
Para que esse crescimento da produção de biodiesel aconteça, será preciso uma produção de oleaginosas muito maior para suprir essa indústria. Como são poucos os países que podem aumentar sua produção de grãos, o Brasil terá papel importante. A dúvida é se o Brasil será um grande exportador de biodiesel ou um grande exportador de óleo vegetal. Ou pior, um grande exportador de grãos. É nesse momento que o governo brasileiro precisa mostrar visão e trabalhar para que seja mais vantajoso para o país exportar o biodiesel pronto ao invés de exportar o óleo ou o grão.
Para o governo tomar medidas que favoreçam a exportação de biodiesel em vez de grãos é necessário que se apresente o problema, acompanhando de perto o desenvolvimento da proposta. Isso deve ser feito pelo produtores de biodiesel e suas associações. Lembrando sempre que o biodiesel é uma das bandeiras do presidente Lula – e ele sempre demonstrou boa vontade em ajudar o setor.
Nova especificação
A exportação de biodiesel é uma preocupação da maioria das usinas brasileiras e é vista como uma saída para utilizar a capacidade de produção que excede o B2. Algumas barreiras têm impedido que a venda de biodiesel para o exterior aconteça de forma significativa, sendo o preço a barreira mais importante, seguida pela especificação do biodiesel.
Um passo para derrubar uma dessas barreiras está sendo dado. A ANP está concluindo uma nova especificação para o biodiesel brasileiro que deverá deixá-lo mais parecido com o biodiesel europeu.
Essa mudança deve dificultar o trabalho das usinas em produzir biodiesel especificado, mas será importante para a exportação do biodiesel. Com uma especificação próxima da européia o biodiesel produzido para o mercado nacional que não for vendido, poderá ser utilizado para negócios com outros países. Além do mais, as usinas que estiverem prontas para produzir biodiesel para o mercado interno também estarão prontas para produzir para o mercado externo. Essa nova especificação deixará as usinas preparadas para aproveitar as oportunidades de exportação que surgirem.
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