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Análise da Semana: 19.out.07


BiodieselBR - 19 out 2007 - 16:47 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 19.out.07


Leilões
Nesta segunda-feira, dia 22, a ANP promoverá uma audiência pública com a intenção de buscar sugestões para a redação final dos editais dos quatro leilões de biodiesel que serão realizados na primeira quinzena de novembro e de dezembro.

Muitas dúvidas existem sobre as normas que vão regular os leilões. As principais são: qual será o valor de referência? Esse será o teto para as ofertas? As usinas que não entregaram o biodiesel vendido nos leilões anteriores poderão participar dos próximos em igualdade de condições ou serão limitadas a um percentual de sua produção?

Espera-se que essas questões sejam respondidas o quanto antes, para que o mercado tenha tempo de estudar e preparar-se para os leilões.

Vendas de soja
As vendas antecipadas de soja da próxima safra já somavam 24,5 milhões de toneladas, até 10 de outubro. No mesmo período do ano anterior, este volume foi de 11,28 milhões de toneladas, ou seja, menos da metade.

Esse crescimento é reflexo dos bons preços do produto no mercado internacional, com isso os produtores aproveitaram o bom momento e fixaram preços. A maior parte da soja comprada pelas empresas, cooperativas e tradings será exportada. A isenção tributária para a exportação de soja em grãos favorece a operação. O volume de soja já comprometido com a exportação da nova safra ultrapassa 14 milhões de toneladas. É 50% do previsto para ser exportado no próximo ano, e mal começou o plantio desta soja.


Pequenas usinas de biodiesel
A decisão do grupo espanhol Promobarna de construir 30 pequenas usinas no norte de Minas Gerais, a primeira até o final de 2008 no município de Arinos e as restantes em seis anos, mostra a visão de futuro que a empresa tem sobre o setor de biodiesel no mundo e particularmente no Brasil.

O grande gargalo para a maior parte das usinas de biodiesel construídas é a falta de matéria-prima com bons preços. Já a visão do grupo espanhol é de longo prazo. Pretende construir as 30 usinas ao longo de seis anos por que sabe que conseguir matéria-prima, mesmo para usinas menores, não é uma tarefa que se faz da noite para o dia. Envolve muito trabalho no campo junto aos pequenos produtores, muita ação para alcançar os objetivos, palestras, dias de campo, equipe de assistência técnica, parcerias com prefeituras, enfim, todo o trabalho de execução de um projeto com começo, meio e fim.

A construção de uma usina pode ser feita em seis meses, mas garantir a matéria-prima para essa usina trabalhar o ano inteiro pode levar muito mais tempo.

Outra característica de uma usina pequena e regional que deve ser levada em conta é que boa parte de sua produção, se não a totalidade, poderá ser consumido na própria região. Isso garante três reduções de custos: no transporte da matéria-prima, que está perto da usina, na distribuição do biodiesel e no consumo dos subprodutos da extração - a torta ou farelo na alimentação animal ou como adubo para a região produtora. Quanto mais perto a produção do consumo, menos fretes. E o diferencial de custo com fretes poderá ser a diferença competitiva de uma pequena usina.


Jatrophacultores
O Ministério da Agricultura sinalizou para uma solução, mas não definiu ainda a regularização do plantio do pinhão-manso. Técnicos do ministério, Embrapa e representantes dos produtores encontraram uma saída: registrar a planta como espécie e não como cultivar. A decisão está agora em análise na área jurídica do Ministério da Agricultura, que deve se pronunciar nos próximos dias.

O que é importante neste momento é que se tire da ilegalidade milhares de produtores e empresas que por conta e risco estão investindo no plantio do pinhão-manso. A decisão de regularizar o pinhão-manso tira também o Brasil da contramão que se encontra perante dezenas de outros países que estão investindo em seu plantio.

Registrar o pinhão-manso como espécie é um paliativo, servindo apenas para tirar os produtores da clandestinidade. Este tipo de registro não permite que o produtor obtenha financiamentos oficiais para o cultivo de pinhão-manso.

Por enquanto algumas empresas estão fazendo esta parte, mas estas empresas têm limites de crédito e fomentam o plantio somente na região que atuam. Embora essas empresas estejam fazendo o trabalho certo, incentivando o plantio e garantindo a futura compra, para o pinhão-manso alcançar mais rápido o lugar que todos almejam, a ajuda através de financiamento oficial se faz necessária e urgente. Fica aí mais um objetivo a ser buscado por todos os “jatrophacultores”.


Análise anterior

15 out

  • Preço do biodiesel nos próximos leilões
  • A Concorrência para os leilões de novembro e dezembro
  • Registro do Crambe

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