Aniversário: Apenas o começo

Chegando a cinco velinhas perfiladas sobre o bolo, a revista BiodieselBR sempre apostou na independência para acompanhar a evolução do segmento de biodiesel no Brasil, desde o seu princípio
Fábio Rodrigues, de São Paulo
A revista BiodieselBR fez sua estreia em outubro de 2007. Há cinco anos, portanto. O timing não poderia ter sido mais propício: a lei 11.097/2005 estabelecia o dia 1º de janeiro de 2008 como a data oficial do lançamento da mistura obrigatória de 2% de biodiesel em todo o óleo diesel mineral vendido no país. Era a hora da verdade para a recém- criada indústria brasileira. Embora nova em folha, a publicação capitalizava sobre o considerável patrimônio de credibilidade acumulado pelo portal BiodieselBR (que no ano que vem completa dez anos) em seu plano de tornar-se, conforme declarado no editorial daquela primeira publicação, “a voz de afirmação e estímulo para um setor que precisa crescer”.
De lá para cá o setor cresceu e ganhou musculatura. Naquele já distante mês de outubro, o setor possuía 40 unidades cuja capacidade instalada anual mal chegava a 2,5 bilhões de litros. Cinco anos depois, existem 64 usinas, que juntas ultrapassam os 7 bilhões de litros em capacidade – um impressionante salto de 280%. Não é o único resultado superlativo registrado nesse intervalo. De março de 2005 – mês em que a série histórica da produção de biodiesel mantida pela ANP se inicia – até outubro de 2007, o Brasil tinha fabricado inexpressivos 315 milhões de litros. Hoje, dois meses de produção já são suficientes para superar o resultado dos três primeiros anos.
A equipe de reportagem da revista BiodieselBR tem feito todo possível – e, às vezes, até o impossível – para conseguir acompanhar esse ritmo vertiginoso e desempenhar adequadamente sua missão de manter o setor sempre abastecido de informações apuradas e análises críticas fundamentadas, mantendo sempre a independência.
TOP 5
Esses princípios foram os responsáveis por resultados bastante sólidos na forma de entrevistas e reportagens, das quais temos orgulho. Por isso, para celebrar nossas cinco primaveras, resolvemos revirar os arquivos e selecionar alguns dos momentos mais marcantes da cobertura que a revista vem fazendo do setor para rememorá-los junto com vocês leitores.Para manter o simbolismo, montamos listas de Cinco Mais: as cinco reportagens mais relevantes e as cinco entrevistas mais contundentes. Tudo isso ilustrado por nossas cinco mais belas capas.
Algumas das entrevistas que foram destaque
BiodieselBR nº 27 - Fev/Mar 2012
O coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel compartilhou com os leitores de BiodieselBR a visão do governo federal sobre os resultados do PNPB e as perspectivas de futuro com a aproximação de um novo marco regulatório para o setor. Também expressou sua perplexidade em relação aos reduzidos deságios apurados nos leilões de biodiesel. É provável que no futuro, quando os livros de história tratarem do PNPB, incluam a famosa frase dita durante esta entrevista: “Ou todos os livros de economia que descrevem as leis da oferta e procura estão errados ou tem algum mecanismo de deturpação em operação no mercado do biodiesel.” Pouco tempo depois, a Polícia Federal iniciou uma investigação sobre formação de cartel dentro do setor.

BiodieselBR nº 06 - Ago/Set 2008
O presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Anfavea conversou com a reportagem de BiodieselBR sobre as principais angústias que a indústria automotiva brasileira estava sentindo com a introdução do biodiesel. Ele aproveitou para mandar um recado direto: antes de falar em aumento da mistura, o setor precisava de disposição para melhorar a qualidade do produto.

BiodieselBR nº 10 - Abr/Mai 2009
PhD em química, Knothe é um dos mais respeitados especialistas em biodiesel do mundo e autor do “Manual de Biodiesel”, possivelmente a publicação técnica mais completa do ramo. O especialista opinou que, se não fosse o custo maior, o processo de fabricação de biodiesel com utilização de etanol levaria vantagem sobre o processo com metanol. Ele ainda esclareceu que o biodiesel foi inventado na década de 1940 por um pesquisador belga.

BiodieselBR nº 11 - Jun/Jul 2009
Ex-ministro da Agricultura durante o governo de Ernesto Geisel, Paulinelli supervisionou a implementação do Proálcool, o mítico programa governamental dos anos 70 que consolidou a indústria do etanol no Brasil. Ele não economizou críticas ao que considerava falta de vontade política do governo federal em alavancar o PNPB e à morosidade na criação das condições necessárias para o Brasil atingir todo seu potencial como produtor de óleos vegetais e, consequentemente, biodiesel.

BiodieselBR nº 17 - Jun/Jul 2010
O polêmico fundador da Agrenco concedeu uma exclusiva para BiodieselBR. Embora tenha se esquivado de falar sobre seu envolvimento na Operação Influenza (em 2008 ele foi preso, acusado de crimes do colarinho branco, e depois absolvido) e sobre a espetacular debacle sofrida pela companhia que ele havia ajudado a fundar, Iafelice ofereceu seu ponto de vista sobre o mercado de biodiesel.
Algumas das reportagens que foram destaque

Foi a partir da quarta edição que a revista adotou uma linha editorial mais crítica, e a reportagem “O nó na rede” marcou esse início. O texto retratou o impasse vivido pela Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB), órgão criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para coordenar todos os esforços da comunidade científica brasileira em benefício do programa de biodiesel. Apesar dos resultados visíveis – especialmente através dos Congressos da RBTB –, a rede vinha padecendo de problemas em sua coordenação por falta de uma articulação atuante que estimulasse o compartilhamento de informações entre os membros. A matéria fez ecoar em uníssono as vozes dos pesquisadores. Foi o suficiente para que o ministério resolvesse a situação.

O pinhão-manso causou furor quando apareceu pela primeira vez no mercado. Para seus defensores, essa seria a oleaginosa que levaria o biodiesel a um novo patamar de produtividade e acabaria, de uma vez por todas, com a dependência em relação à soja. Essa reportagem foi a primeira a mostrar com clareza que as expectativas em torno do pinhão-manso estavam fazendo água e que, apesar de seu grande potencial, ainda seriam precisos vários anos de trabalho científico intenso antes que a cultura pudesse ser uma opção real de matéria- -prima. A Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão-Manso enviou uma carta contestando vários pontos da reportagem, mas o que se viu posteriormente foi a formação do consenso de que a cultura realmente não estava preparada para se tornar uma estrela.

As eleições presidenciais de 2010 foram um momento de angústia para o setor de biodiesel. O presidente Lula sempre foi um grande entusiasta e apoiador do biodiesel e a indústria estava incerta de como seria o futuro sem ele no Planalto. Por isso, BiodieselBR procurou os três principais candidatos para saber que espaço o PNPB teria em seus programas de governo: Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O tucano foi o único que recusou nosso convite. A entrevista com Dilma revelou que a então futura presidente tinha orgulho de seu envolvimento com a elaboração do programa de biodiesel, mas entendia que eram necessários ajustes, especialmente em relação à diversificação de matérias-primas.

O texto foi o primeiro a desvendar um verdadeiro ponto cego do sistema de comercialização de biodiesel: os releilões da Petrobras. Apesar de serem uma peça fundamental do desenho do sistema, os resultados dos releilões eram tratados quase como um segredo de estado. Isso obrigava os fabricantes a verdadeiros contorcionismos para descobrir o preço que as distribuidores estavam dispostas a pagar em seu produto – uma informação estrategicamente valiosa para que os empresários do ramo tivessem uma ideia mais precisa sobre a competitividade real de suas usinas. A opacidade sobre essa etapa da negociação também abria espaço para o surgimento de suspeitas sobre os ganhos da Petrobras com o processo de compra e venda do produto. O processo se tornou mais transparente e hoje os resultados são públicos.

A face social do PNPB sempre foi uma das maiores inovações do programa brasileiro de biodiesel. Em lugar nenhum do mundo havia sido tentada essa sinergia entre agricultura familiar e produção de bioenergia. Contudo, os resultados obtidos pelo Selo Combustível Social ficaram bem aquém daqueles que o governo federal esperava conseguir na época do lançamento do PNPB. Além disso, boa parte dos agricultores incluídos no programa eram sojicultores da região Sul que já possuíam bom acesso ao mercado e renda relativamente elevada, ao contrário dos agricultores pobres do Norte e do Nordeste que o programa deveria beneficiar prioritariamente. Tudo isso indicava a necessidade urgente de mudanças no modelo do selo social, enquanto o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) demorava em agir. Outro ponto problemático que a reportagem apontou foi a virtual falta de informações a respeito da relação entre as usinas de biodiesel e seus parceiros da agricultura familiar. Aos poucos a situação vem se revertendo e recentemente o MDA publicou uma instrução normativa com novas regras para o selo.
As melhores capas

A capa faz um jogo interessante e irônico com a claridade no fim do túnel: seria a saída ou um trem vindo na direção contrária? Os argumentos da reportagem mostram que as duas situações são verdadeiras, dependendo da usina que está olhando.

O visual gasto e enferrujado evidencia a falta de lubrificação que impede as engrenagens de funcionar com eficiência e sem ruídos. A opção pelas engrenagens transmite o ar industrial característico das associações representadas.

O cubo mágico, um dos mais icônicos (e frustrantes) brinquedos infantis já criados, transmite bem a ideia do quanto é complicado compatibilizar todas as faces do setor.

Simples e elegante, a capa transmite de forma clara a mensagem contida na manchete.

Uma ideia simples mas graficamente interessante: o ponto de interrogação emerge da massa líquida. Quantas perguntas sem resposta acompanhavam o nebuloso releilão?
Parabéns
Veja os cumprimentos que empresários, executivos, autoridades do governo e pesquisadores do setor de biodiesel enviaram a BiodieselBR em razão dos cinco anos de vida da publicação:
Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia

Carlos Omar Polastri, diretor executivo da Cesbra

Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove)
“BiodieselBR tem sido uma importante fonte de consulta e informação sobre o que acontece no setor de biodiesel no país e no mundo.”
Cláudio Mota, professor do Instituto de Química da UFRJ

Eduardo Cavalcanti, pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia

João Batista Cardoso, sócio da FortisAgro

Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja

Jerônimo Goergen, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel

André Grossi Machado, coordenador geral de biocombustíveis da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Adilton Domingos Sachetti, presidente da Cooperbio

Odacir Klein, presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio)
“Parabéns! BiodieselBR é importante, imparcial e imprescindível. Nasceu praticamente junto com o biodiesel e é a revista de referência do setor, tendo trazido conhecimento e informação para o negócio.”
Elcio de Angelis, gerente comercial para biodiesel da Cargill
“Por ser uma publicação profissional e confiável, BiodieselBR tem contribuído tanto com o setor de biodiesel quanto com setores indiretamente ligados. As informações precisas e as análises objetivas colocam a revista entre as melhores fontes de informações do segmento.”
Lucila de Ávila, diretora geral da LS9 Brasil Biotecnologia

Rodrigo Rodrigues, coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel

José Carlos Aguilera, sócio da Alpha Valorem Consultoria
“Posso dizer que BiodieselBR foi imprescindível para o setor de biodiesel. Informação atualizada somada a reportagens de uma qualidade impecável fazem da revista uma referência nacional no setor de biocombustíveis. Por seu potencial gigantesco em energia alternativa, o Brasil necessita de profissionais dedicados exclusivamente ao tema e BiodieselBR cumpre a sua parte com maestria e imparcialidade. Parabéns e sucesso, vocês merecem!”
Sergio Di Bonaventura, vice-presidente da Araguassú

Fábio Júnior Benin, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola)

Erasmo Carlos Battistella, diretor-presidente da BSBios e presidente do conselho da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio)

Silvio Rangel, diretor da divisão de biodiesel do Grupo Barralcool e presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel do Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT)

Manoel Teixeira Souza Júnior, chefe geral da Embrapa Agroenergia

João Artur Manjabosco, gerente da unidade de negócios biocombustíveis da Camera Agroalimentos

Alisio Vaz, presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom)

Paulo Maia Barbosa, gerente de negócios para químicos inorgânicos da Basf

Rodrigo Prosdócimo Guerra, presidente da Bio Óleo e secretário do Sindicato das Indústrias de Biodiesel do Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT)

José Honório Accarini – Subchefe da Casa Civil da Presidência da República

Rafael Menezes, coordenador de ações de desenvolvimento energético do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Carlos Araújo - Evonik
“Parabéns pelos cinco anos de sucesso. As publicações de BiodieselBR têm mantido o setor atualizado e estão sempre pensando nas tendências para o futuro, o que colabora para o desenvolvimento da área de biodiesel.”
Santiago Giraldo, gerente de desenvolvimento empresarial da SGB