PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
025

Governo britânico: óleo de cozinha em alta


Edição de Out / Nov de 2011 - 15 out 2011 - 11:07 - Última atualização em: 25 jan 2012 - 17:37
Governo britânico resolve passivo ambiental com isenção de imposto sobre óleos e gorduras residuais para transformação em biodiesel

Fábio Rodrigues, de São Paulo

O Reino Unido produz 50% do biodiesel que consome a partir da reciclagem de óleo de cozinha usado. A informação vem de dados preliminares do terceiro relatório anual do Renewable Transport Fuels Obligation produzido pela Agência dos Combustíveis Renováveis.

Segundo o documento, a proporção de Óleos e Gorduras Residuais (OGRs) na fabricação de biodiesel saltou de 3% em abril de 2010 para 50% em abril deste ano. Cerca de 428 milhões de litros de OGRs foram transformados em biodiesel no período.

Apesar de suas inegáveis vantagens ambientais e econômicas, o reaproveitamento de OGRs na fabricação de biocombustível ainda não decolou no Brasil. Montar um sistema eficaz de coleta e logística para o óleo usado tem se mostrado um desafio e tanto. Os ingleses resolveram o problema oferecendo isenções nos impostos para o biodiesel produzido de óleo reciclado, até o limite máximo de 2.500 litros por ano.

Embora esse limite possa parecer pequeno, há empresas na Inglaterra que vendem kits para a fabricação de biodiesel em pequena escala até pela internet. Uma das maiores fabricantes europeias de equipamentos industriais na área de biodiesel, a Green Fuels, comercializa um conjunto chamado Fuelpod, explicitamente para clientes residenciais. Esses equipamentos têm capacidade de produzir entre 50 e 100 litros de biodiesel por dia.

Os incentivos estimularam a criação de um mercado em torno de um produto que, até pouco tempo atrás, não passava de um problema. Em julho deste ano, uma tonelada de óleo de cozinha usado estava valendo 550 libras, onze vezes mais que em 2003, quando custava 50 libras, o que tem estimulado a entrada de empresas dedicadas à coleta do material no mercado. Na verdade, a disputa ficou tão intensa que têm sido registrados roubos em restaurantes e estabelecimentos comerciais em que estoques de óleo de cozinha usado são o alvo principal.