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Notas: demanda, governo e leilões


Edição de Fev / Mar de 2011 - 15 fev 2011 - 08:52 - Última atualização em: 22 dez 2011 - 13:29

DEMANDA - Queima de estoques

Pela primeira vez o Brasil terminou o ano com produção de biodiesel menor que o consumo. Os dados divulgados pela ANP mostram que a produção até novembro ficou 84 milhões de litros abaixo da demanda projetada para o B5. O déficit pode ter forçado a Petrobras a queimar seus estoques, estimados no começo de 2010 em 100 milhões de litros. A estatal, no entanto, não informa o nível de suas reservas. Essa situação é oposta àquela vivida em 2008 e 2009, quando a produção foi superior à demanda. Por outro lado, até novembro a indústria entregou 20,1 milhões de litros a mais do que produziu. O volume extra pode ter vindo dos estoques acumulados pelas próprias usinas em anos anteriores.


GOVERNO - Balanço da Era Lula

O biodiesel ganhou destaque no balanço dos oito anos do governo Lula. No documento publicado pela Presidência da República, o biocombustível foi mais citado que o etanol, o gás natural, a gasolina e o diesel. Até mesmo o tão alardeado Pré-Sal não ganhou tantas referências. Apenas o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras da campanha da presidente eleita Dilma Rousseff, teve mais citações no documento. Segundo o governo, foram as políticas de incentivo aos biocombustíveis que inseriram com destaque o Brasil nas discussões mundiais sobre o tema.


LEILÕES - Limite de oferta

Em janeiro, a Brasil Ecodiesel tomou a dianteira das usinas e propôs ao governo mudanças no leilão. A empresa defende que seja limitado em 60% da capacidade de produção o volume de biodiesel que cada usina pode ofertar nos pregões. Atualmente as unidades podem tentar vender o equivalente a até 80% da capacidade. O principal argumento do diretor-presidente da Ecodiesel, José Carlos Aguilera, é que, da forma como está, só sobreviverão “as megacorporações que enxergam neste segmento um pequeno negócio no seu portfólio de produtos, com nenhum comprometimento com o crescimento da indústria”. A principal desvantagem da proposta é que, com uma concorrência menor, haverá o risco de aumento no preço do produto.


2011 - Engordando os lucros

Com a entrada no setor de biodiesel no ano passado, a Camera Agroalimentos espera engordar seus lucros em 32%. A projeção é que este ano a empresa fature R$ 1,45 bilhão. A Camera também anunciou o fechamento de um acordo de aumento de 17% em seu capital e prevê investir R$ 200 milhões num período de até cinco anos. A maior parte dos recursos deverá ser aplicada no aumento do parque industrial e da capacidade de recebimento de grãos. Dentro desse prazo, a empresa também considera a possibilidade de abrir capital e passar a ofertar ações na Bovespa.