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Entrevista - Alexandre Parker: o biodiesel e as montadoras


Edição de Dez 2010 / Jan 2011 - 21 fev 2011 - 08:30 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:12
O futuro do biodiesel no curto prazo pode estar ligado à agenda das montadoras, mas os testes que garantirão segurança para a indústria e os consumidores ainda nem começaram para valer

Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba

A indústria de motores e veículos sempre foi reticente em aceitar mudanças em seus produtos para absorver a introdução do biodiesel na matriz energética mundial. Com o combustível ganhando espaço em todo o mundo, a situação mudou. Hoje a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já fala em aproveitar melhor a mistura de diesel com biodiesel. É uma adaptação à realidade. “Acho que hoje o biodiesel é uma realidade, e não só no Brasil”, afirma o vice-presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Anfavea e coordenador de assuntos governamentais e institucionais da Volvo do Brasil, Alexandre Parker.

Engenheiro mecânico, Parker diz que o que pode adiar a implantação de novas misturas de biodiesel no Brasil é a falta de testes conclusivos sobre o combustível. Atualmente a indústria está concentrada no desenvolvimento de produtos para a introdução do diesel de baixo teor de enxofre (S50 e S10), cuja utilização passa ser obrigatória a partir de 2012 para novos veículos. “Hoje existe um foco muito grande que está sendo dado para atender a Euro 5, para desenvolver produtos para essa norma. Acho que isso vai ser viável a partir de janeiro de 2012”, adianta.

Parker defende que o governo realize um novo programa, com cronograma de realização de testes para implantação do B6 ao B20. Mas diz que a especificação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para as misturas de diesel com biodiesel podem facilitar esse trabalho. “E o que existe é a especificação do diesel e do biodiesel separados, não da mistura. Havendo uma publicação especificando essa mistura, com certeza vai favorecer a validação desses testes”, completa.