A falta de ofertas no leilão de biodiesel
Editorial
No dia 25 de novembro, a ANP encerrou o 20º leilão de biodiesel com uma movimentação recorde na história do país: 1,378 bilhão de reais. O volume financeiro não teria muita importância, não fosse a forma como esse biodiesel foi negociado: praticamente não houve competição. As possíveis explicações para a falta de ofertas no certame são tantas quanto os argumentos que as contradizem.
A diferença em relação ao 19º leilão é óbvia, assim como as distribuições das vendas. Enquanto em agosto as usinas verticalizadas dominaram, agora a venda foi equilibrada e usinas pequenas arremataram com preços semelhantes às maiores. Essa equalização do resultado faz parte da história recente do biodiesel. Especialmente nos leilões presenciais.
Os efeitos políticos da negociação do 20º leilão ainda são incertos, mas pode ser prejudicial para as ambições das usinas, especialmente no tocante ao aumento da mistura.
O sistema de leilão através do ComprasNet não é o motivo principal para as poucas ofertas. O preço máximo definido pela ANP é o que faz a maior diferença. Quanto menor o preço de venda de uma usina verticalizada, maior é a ocupação que ela procura ter. Portanto, enquanto o preço definido pela agência continuar incluindo unidades pequenas, ou com deficiências na originação de matéria-prima, ou com problemas administrativos, o cenário do último leilão tende a se repetir, independentemente da forma de disputa adotada.
Este é, obviamente, um tema sensível para governo e usinas. Enquanto as usinas enxergam o lucro, o governo avalia a sustentabilidade nessa equação.
A mudança para os leilões eletrônicos foi declaradamente uma iniciativa para estimular a concorrência, mas agora, com a adaptação do mercado, já não funciona como deveria. A evidente falta de ofertas no último certame abre pelo menos duas possibilidades para o 21º leilão: preço máximo mais apertado ou mudança na sistemática de negociação.
Julio Cesar Vedana
Diretor de Redação
No dia 25 de novembro, a ANP encerrou o 20º leilão de biodiesel com uma movimentação recorde na história do país: 1,378 bilhão de reais. O volume financeiro não teria muita importância, não fosse a forma como esse biodiesel foi negociado: praticamente não houve competição. As possíveis explicações para a falta de ofertas no certame são tantas quanto os argumentos que as contradizem.
A diferença em relação ao 19º leilão é óbvia, assim como as distribuições das vendas. Enquanto em agosto as usinas verticalizadas dominaram, agora a venda foi equilibrada e usinas pequenas arremataram com preços semelhantes às maiores. Essa equalização do resultado faz parte da história recente do biodiesel. Especialmente nos leilões presenciais.
Os efeitos políticos da negociação do 20º leilão ainda são incertos, mas pode ser prejudicial para as ambições das usinas, especialmente no tocante ao aumento da mistura.
O sistema de leilão através do ComprasNet não é o motivo principal para as poucas ofertas. O preço máximo definido pela ANP é o que faz a maior diferença. Quanto menor o preço de venda de uma usina verticalizada, maior é a ocupação que ela procura ter. Portanto, enquanto o preço definido pela agência continuar incluindo unidades pequenas, ou com deficiências na originação de matéria-prima, ou com problemas administrativos, o cenário do último leilão tende a se repetir, independentemente da forma de disputa adotada.
Este é, obviamente, um tema sensível para governo e usinas. Enquanto as usinas enxergam o lucro, o governo avalia a sustentabilidade nessa equação.
A mudança para os leilões eletrônicos foi declaradamente uma iniciativa para estimular a concorrência, mas agora, com a adaptação do mercado, já não funciona como deveria. A evidente falta de ofertas no último certame abre pelo menos duas possibilidades para o 21º leilão: preço máximo mais apertado ou mudança na sistemática de negociação.
Julio Cesar Vedana
Diretor de Redação