PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
020

Estudo: Meio ambiente e Desafios


Edição de Dez 2010 - 15 dez 2010 - 13:30 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:22


Meio ambiente

Um benefício direto de um maior uso do biodiesel, principalmente em regiões metropolitanas, é a redução no índice de poluentes lançados na atmosfera. A poluição emitida pela queima de combustíveis fósseis em 2007 foi a causa de 37 mil internações por problemas respiratórios e de 5.284 mortes, apenas nas seis maiores cidades do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte). Segundo a FGV, se essas cidades passassem a adotar o B20, seria possível evitar 4.837 internações e R$ 4,6 milhões em gastos com saúde. Cerca de 687 mortes poderiam ser evitadas com essa medida.

A adoção do B10 preveniria a emissão de 65 mil toneladas de monóxido de carbono por ano, ao passo que o B20 impediria o lançamento de aproximadamente 100 mil toneladas do gás, sem falar nos demais poluentes, alguns dos quais cancerígenos. Numa perspectiva conservadora, o estudo mostra que ao longo de dez anos o Brasil geraria aproximadamente US$ 1 bilhão com créditos de carbono apenas com o B10. Com o B20, esse valor seria de US$ 2,9 bilhões. No entanto, para se beneficiar desses valores, essa utilização extra de biodiesel não poderia ser obrigatória, ou seja, se o governo aumentar a mistura ou implantar o B20 metropolitano os créditos de carbono não são aceitos.


Desafios

Apesar de todos esses impactos favoráveis, a FGV diz que o sucesso do programa não deve ser visto como um resultado já garantido para o futuro. O grande desafio para o setor atualmente está na construção de uma conjuntura favorável à sua expansão, o que significa que é necessário ampliar os atuais volumes de mistura e manter a competitividade do setor no longo prazo. “À medida que o programa vai evoluindo são necessários ajustes. O setor ainda sente as dores do crescimento e por isso ele precisa constantemente ser energizado”, diz o coordenador de projetos da entidade, Cleber Lima Guarany.

Nesse momento em que a indústria atingiu o teto da demanda obrigatória do B5, a luta maior é pela aprovação de um marco regulatório dos biocombustíveis que dê um novo horizonte para as usinas. Para a Ubrabio, o estudo da FGV não poderia ter vindo em melhor momento. De posse desses resultados, a entidade terá fortes argumentos para reivindicar um maior aprofundamento nos debates sobre o novo marco regulatório, projeto que tramita no Senado. Guarany diz que isso é importante para sinalizar ao setor como e em que ritmo deverá evoluir o mercado de mistura obrigatória: “Tudo começa com o marco regulatório. Todos os agentes precisam de previsão para agir e investir”.